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Porto Alegre – Com o alagamento de duas distribuidoras e o problema de logística, o Rio Grande do Sul sofre com o abastecimento de distribuição de gás para cozinhas solidárias, condomínios e residências. Uma das principais responsáveis pelo abastecimento do estado, a Copa Energia, dona da Liquigás, interditou o centro operativo em Canoas. O efeito já chega ao consumidor, que precisa entrar em lista de espera e sente o aumento no preço do produto.
Na distribuidora Gás do Forte o telefone não para de tocar. Com o suprimento prejudicado, o proprietário Fábio Galea está comprando do Paraná, na cidade de Araucária. “No começo, chegamos a ficar dois dias sem produto. Mas por ora, estamos conseguindo administrar a alta demanda sem desasbastecimento”, conta.
No botijão pequeno, de 13 litros, o incremento foi de R$ 10. No de 45 litros, o aumento foi de R$ 40. Mesmo com o preço inflacionado, o fluxo de pedidos está intenso. Uma remessa de 500 unidades chega e termina no mesmo dia, conta uma funcionária da loja.
Outra empresa localizada na zona norte da Capital relata que a procura é tanta que começaram a fazer agendamentos. A fila de espera pode chegar há duas semanas. Há pessoas vindo buscar em Porto Alegre para levar para o interior.
A dica seria se organizar com antecedência. Foi o que fez a moradora do bairro Mont Serrat Karine Lima. Quando o gás do condomínio em que mora chega a 20%, ela pode entrar na lista de espera para comprar o próximo botijão. Mesmo com uso reduzido, ela se preocupa com a possível dificuldade de acesso. “Aqui em casa ainda temos, mas já entrei na lista para garantir”, relata.
O tempo médio de espera do revendedor na distribuidora é de pelo menos 36 horas em Canoas e 5 dias nas outras regiões na “fila”. Inúmeros revendedores estão indo a SC e PR buscar o gás diretamente.
Segundo informações do Sindicato das Empresas Distribuidoras Comercializadoras e Revendedoras de Gases Em Geral no Estado do Rio Grande do Sul (Singasul), todas as Regiões do Estado estão sendo severamente atingidas pela falta de gás de cozinha, especialmente a Serra.
“Ressaltamos que não é falta do produto em si para envazamento, mas sim a falta de pessoal para trabalhar nas distribuidoras, uma vez que muitos foram atingidos pelas enchentes, e a falta de logística de deslocamento”, afirmam, em nota.