Garotinho tem 5 dias para colocar tornozeleira eletrônica, diz Justiça
Juiz impôs série de medidas cautelares para o ex-governador do RJ cumprir, incluindo recolhimento domiciliar noturno e bloqueio de R$ 18 mi
atualizado
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A 2ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes, cidade no norte do Rio de Janeiro, estipulou na quarta-feira (19/06/2019), um prazo de cinco dias para que o ex-governador e ex-deputado federal Anthony Garotinho vá à Superintendência Geral de Inteligência do Sistema Penitenciário (Sispen), no Rio, para a instalação de tornozeleira eletrônica.
O uso da tornozeleira foi determinado pelo juiz Leonardo Cajueiro no último dia 14 de junho. Garotinho também terá que cumprir uma série de outras medidas cautelares: proibição de acessar ou frequentar Campos dos Goytacazes e escritórios de representação do município em quaisquer componentes da federação; proibição de manter contato com as testemunhas arroladas na denúncia; recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga; e suspensão do exercício de função pública.
O magistrado também determinou o bloqueio de R$ 18.047.277,00 do ex-governador do Rio e da sua mulher, Rosinha Matheus. As informações são do jornal O Dia.
“Chequinho”
Os dois são réus em um processo de crimes eleitorais desvendados pela “Operação Chequinho”, que investigou um esquema de compra de votos em Campos, na eleição municipal de 2016, envolvendo o programa social Cheque Cidadão.
O Ministério Público do RJ sustentou na denúncia que o valor seria referente ao total alegadamente desviado da Prefeitura de Campos, em julho, agosto, outubro, novembro e dezembro de 2016.
Na época, Garotinho era secretário de Governo da então prefeita Rosinha. Ele foi acusado de forma superlativa: é acusado de praticar os crimes de supressão de documento (18.834 vezes), peculato (82.248 vezes) e crime de responsabilidade de prefeito, este último em coautoria com a mulher.
“Desrespeito ao STF”
Em sua página oficial, Garotinho disse nesta sexta-feira (21/06/2019), que a “decisão do juiz Campos de reabrir a investigação da Operação Chequinho é um grave desrespeito da (sic) decisão do Supremo Tribunal Federal,que suspendeu a tramitação da ação penal em virtude da suspeição do promotor que atuou em todo inquérito”.
“Temos confiança que os absurdos cometidos durante toda a ação especialmente na fase do inquérito levará a sua anulação”, afirmou. “Quanto aos R$ 18 milhões, cujo bloqueio foi sugerido, desafio qualquer autoridade a encontrar 1% disso em contas minhas e de Rosinha. O caso tem ingredientes eleitorais seriíssimos e tudo virá à tona.”