Garimpo ilegal tem 131 balsas incendiadas em operação no Rio Madeira
Polícia Federal, Força Nacional e Ibama avançaram mais de 100 km no Rio Madeira, de Autazes a Borba, incendiando balsas do garimpo ilegal
atualizado
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Enviado especial ao Amazonas – A Operação Uiara, esforço de forças federais para combater o garimpo fluvial ilegal no Rio Madeira, no Amazonas, segue em funcionamento. De acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (29/11), são 131 balsas de garimpeiros incendiadas.
A ação, que reúne Polícia Federal, Força Nacional e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), atua de forma ostensiva na região amazônica desde o último sábado (27/11).
Apesar de o garimpo ilegal ser persistente no Madeira e em outros rios que cortam a floresta amazônica há décadas, a ofensiva federal acontece agora como reação a impactantes imagens de uma aglomeração de balsas que chegou a reunir 600 embarcação em um braço do rio na altura da cidade de Autazes, a 113 km de Manaus.
Até então, os garimpeiros se espalhavam mais e ficavam em áreas mais isoladas do curso d’água, principalmente perto da divisa do Amazonas com Rondônia. A decisão de incendiar as embarcações durante a fiscalização também é uma novidade dessa operação.
Nesta segunda-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) avaliou, em conversa com jornalistas em Brasília, que o garimpo ilegal na região do Madeira “já foi devidamente dispersado”. Entretanto, alertou que “tem que manter uma vigilância constante, porque tem ouro lá, se não houver a vigilância, volta [a atividade ilegal]”.
Para o vice, que preside o Conselho da Amazônia, a “operação foi feita de imediato” e “tinha que ter feito da forma como foi“. “Quem está ilegal tem que ser o equipamento dele apreendido ou destruído”, apontou o militar.
Garimpeiros reclamam
O Metrópoles acompanha a operação desde a semana passada e tem registrado também os protestos dos garimpeiros, que muitas vezes levam as famílias na parte superior das balsas e reclamam de truculência dos servidores federais. Muitos tem sido deixados às margens do Madeira, com crianças e longe de áreas urbanas.
Ribeirinhos que vivem na região têm resgatado e acolhido esses garimpeiros, mas em Autazes, onde começou a operação, há dezenas de garimpeiros e familiares que se dizem sem condições para retornar às cidades onde vivem, mais acima no rio.
A operação queimou balsas num raio de 100 km acima de Autazes no Rio Madeira, tendo chegado ao porto de Borba, ainda no Amazonas. Desde o anúncio da organização da operação, os garimpeiros têm fugido rio acima, mas o deslocamento das balsas depende de rebocadores e é lento.
A operação não tem data para acabar e o último balanço foi divulgado na manhã desta segunda pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, nas redes sociais.
Veja post:
#BomDia com balanço das operações do @JusticaGovBR , @mmeioambiente , @brasil_IBAMA , @policiafederal e @marmilbr : 131 balsas foram apreendidas e destruídas! Ação rápida e eficiente do governo @jairbolsonaro ! 🇧🇷👊🏻 pic.twitter.com/jmzYN4VBM4
— Anderson Torres (@andersongtorres) November 29, 2021
Confira o registro da situação dos garimpeiros após a operação: