Garimpeiros matam três indígenas Yanomami em Roraima, diz liderança
Júnior Hekurari Yanomami explicou que a informação sobre as mortes foi repassada a ele por outras lideranças em Haxiu e Waphuta
atualizado
Compartilhar notícia
Três indígenas Yanomami foram mortos por garimpeiros na região do Homoxi, dentro da demarcação de terras destinada aos indígenas. As informações foram divulgadas pelo líder Júnior Hekurari Yanomami no domingo (5/2). Ele está acompanhando as ações realizadas pelo governo em meio à crise humanitária em Roraima.
De acordo com Hekurari, as informações sobre os assassinatos foram repassadas por indígenas da região. “Recebi informações das comunidades do Haxiu e Waphuta de que os garimpeiros mataram três jovens. Estamos muito preocupados. Hoje sobrevoamos com a ministra onde tiveram as mortes. Têm muitos garimpeiros e helicópteros voando em cima. Nós ficamos muito preocupados . As comunidades querem ir lá para buscar esses corpos. Nós comunicamos a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Funai para apoiar no resgate desses corpos que estão no Homoxi”, disse Hekurari à GloboNews.
O líder Hekurari suspeita que os assassinos estejam foragidos pelo território. Na região de Homoxi é onde fica a pista do Jeremias, rota usada pelos invasores para chegar ao território.
Crise Yanomami
Após denúncias de que o governo de Jair Bolsonaro negou socorro à população indígena da região. Em 21 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi visitar as terras dos povos Yanomami onde foram expostas as imagens análogas ao holocausto que chocaram o país.
Vim aqui assumir um compromisso junto com nossos ministros. Vamos dar aos povos indígenas a dignidade que merecem. Na saúde, na educação, dar o direito de ir e vir. E vamos levar muito a sério o combate ao garimpo ilegal.
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/zwf2fL6FHl
— Lula (@LulaOficial) January 21, 2023
Desde então, equipes médicas e de atenção humanitária estão na região para tratar de doenças e da subnutrição de crianças e idosos. Nos últimos quatro anos, 570 crianças indígenas Yanomami morreram por causa da desnutrição e outras causas evitáveis. Só em 2022, foram registrados 11.530 casos de malária.
A região foi invadida por garimpeiros.