metropoles.com

Garimpeiros armados assediam servidores da Funai no Vale do Javari

Denúncia da Unijava relata a presença de dois garimpeiros em uma das bases de proteção da Funai na terra indígena

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/ Unijava
Garimpo no Vale do Javari
1 de 1 Garimpo no Vale do Javari - Foto: Divulgação/ Unijava

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava) denuncia que garimpeiros armados assediaram servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) na terra indígena Vale do Javari, onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados há cerca de 40 dias.

Dois homens armados teriam indo à Base de Proteção Etnoambiental (Bape) da Funai, no rio Jandiatuba, e perguntaram quantos funcionários trabalhavam no local. A intenção deles, segundo nota da Unijava, era assediar os servidores.

17 imagens
Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca
Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 
Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime
1 de 17

Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
2 de 17

Arquivo pessoal
3 de 17

Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
4 de 17

No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

Reprodução/Redes sociais
5 de 17

Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 

Arquivo pessoal
6 de 17

Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime

Reprodução/Redes sociais
7 de 17

Mulheres realizam manifestação após morte de Bruno e Dom na Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
8 de 17

Bruno e Dom foram interceptados em rio e executados

Material cedido ao Metrópoles
9 de 17

Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
10 de 17

A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km

Divulgação/Polícia Federal
11 de 17

Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno

Reprodução/Redes sociais
12 de 17

Em 16 de junho, os corpos de Dom e Bruno chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade

Igo Estrela/Metrópoles
13 de 17

Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
14 de 17

Exame médico-legal indicou que morte de Dom Phillips foi causada por disparo de arma de fogo

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
15 de 17

A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”

Funai/Divulgação
16 de 17

Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

Reprodução
17 de 17

Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

“Uma das principais atribuições dos servidores da Funai na Base Jandiatuba é a proteção da terra indígena para assegurar a integridade física e territorial dos grupos indígenas isolados que vivem nos rios Jandiatuba e Jutaí”, explica a associação. A Unijava também denunciou que autoridades brasileiras ainda não se conscientizaram sobre as seguidas invasões no Vale do Javari, mesmo após a morte de Dom Phillips e Bruno Pereira.

Em rede social, a Unijava divulgou ainda registros da presença de garimpeiros no rio Jandiatuba.

Entre 24 de fevereiro e 18 de março deste ano, foram identificadas 19 balsas de garimpo em atividade no local, com “movimentação logística saindo do município de São Paulo de Olivença (AM), e pontos de retirada de madeira para a construção das balsas próximos da localidade dos indígenas isolados”.

As pessoas que operavam essas balsas portavam armas de fogo calibre 16 e 12, segundo o relatório da Unijava.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?