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Galípolo: governo quer sabatina logo, mas oposição vê erro. Entenda

Planalto quer sabatina na CAE até dia 10, mas oposição vê chances de Senado esvaziado pela proximidade da eleição, o que pode adiar votação

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Gabriel Galípolo no Senado
1 de 1 Gabriel Galípolo no Senado - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para que a sabatina do indicado do governo para o comando do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, seja feito até 10 de setembro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado Federal. Apesar disso, a oposição vê como um erro querer apressar a sabatina às vésperas da eleição municipal, marcada para 6 de outubro.

A avaliação feita pela ala oposicionista é de que há chances de que o quórum de senadores esteja baixo na semana de 9 a 12 de setembro, devido à proximidade do pleito. E que, mesmo que a sabatina ocorra na CAE, a votação no plenário da Casa poderia ficar comprometida, já que não há como prever quantos senadores estarão presentes.

Para a oposição, o melhor seria deixar a sabatina para depois das eleições, já que o mandato do atual presidente da instituição monetária, Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro (PL), encerra só em 31 de dezembro.

O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), é candidato à Prefeitura de Goiânia, e é um dos que está focado na campanha. Nesta semana, deu declarações de que não havia “nenhuma chance” de a sabatina ser realizada na primeira semana de setembro, mas deixou em aberto as semanas seguintes.

Apesar da discordância sobre a data da sabatina, a oposição não resiste ao nome de Galípolo, bem visto pelo mercado. O economista não enfrentará resistências como Flávio Dino, por exemplo. O atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) também foi indicado por Lula e sofreu fortes críticas da oposição, que agiu ativamente para barrar a aprovação do maranhense.

Haddad quer sabatina antes da eleição

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que a sabatina do indicado à presidência do BC no Senado Federal ocorra antes das eleições.

Gabriel Galípolo atualmente é diretor de Política Monetária do Banco Central, mas compôs a equipe do Ministério da Fazenda como secretário-executivo da pasta.

Autonomia do BC

Segundo a lei de autonomia do BC, aprovada em 2021, no governo Jair Bolsonaro (PL), o presidente e os oito diretores do BC passaram a ter mandatos fixos de quatro anos, não coincidentes com o mandato do presidente da República.

Lula é o primeiro titular do Palácio do Planalto a lidar com um presidente da autoridade monetária não indicado por ele.

O petista acusou o atual chefe da autoridade monetária, Campos Neto, de ter alinhamento ideológico com Bolsonaro e o responsabilizou pelo atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 10,50% ao ano. Para Lula, o índice é considerado muito elevado para o momento econômico do país.

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