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Galípolo diz que relação com Lula e Campos Neto é “a melhor possível”

Indicado de Lula para a presidência do Banco Central é sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos nesta terça-feira (8/10)

atualizado

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1 de 1 imagem colorida diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o comando do Banco Central (BC), disse, nesta terça-feira (8/10), que a relação dele com o petista e com o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, é “a melhor possível”.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal realiza, nesta terça a sabatina do indicado por Lula. Campos Neto, presidente do BC indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é alvo de críticas frequentes de membros do atual governo.

Galípolo disse ter sentido que gerou uma “grande frustração” ao entrar no BC como diretor de Políticas Monetárias, cargo que hoje ocupa.

“Talvez na expectativa que existia de que, ao entrar no Banco Central, fosse começar um grande reality show com grandes disputas e brigas ali dentro. E, infelizmente, eu tenho uma informação chata para dar para a todos. A minha relação com o presidente é a melhor possível. Com o presidente Lula e com o presidente Roberto [Campos Neto]”, destacou.

“É a melhor possível, eu sempre fui muito bem tratado pelos dois. Eu não consigo fazer qualquer queixa a nenhum deles. Então, eu sinto não poder corroborar com uma ideia eventual de que poderia existir algum tipo de polarização ali da minha parte”, assegurou o economista.

Ele também destacou que gostaria de ter colaborado para melhorar a relação do poder Executivo com a instituição financeira.

Combate à inflação

O economista afirmou, ainda, que um dos seus principais focos será o combate à alta da inflação. Segundo o indicado, o tema deve ser um “compromisso permanente do BC”.

“Nós vamos estar sempre sujeitos a momentos mais desafiadores, mas a atuação do Banco Central tem sido inequívoca na perseguição da meta de inflação”, declarou Galípolo.

“Reconheço ainda que existem numerosos desafios pela frente, como a consolidação de uma agenda capaz de criar uma economia mais equânime e transparente capaz de culminar [em] maior produtividade e sustentabilidade, o que envolve o compromisso permanente do Banco Central no combate à inflação para garantir que o atraso não seja fruto do avanço na direção errada”, completou.

Rito de aprovação

O indicado de Lula precisa da aprovação dos senadores da comissão e depois do plenário da Casa para ser confirmado como novo presidente do BC. Se aprovado, Galípolo vai assumiu o BC em 1º de janeiro de 2025 e ficará no cargo até o final de 2028.

Durante sua fala inicial para o colegiado, o economista enfatizou que terá autonomia das decisões e que isso foi tratado com o presidente Lula nos momentos em que o encontrou.

“Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula. Eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado, exclusivamente, pelo compromisso com o povo brasileiro. Que cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro”, disse Galípolo.

O pano de fundo do foco do indicado de Lula em falar sobre a liberdade na tomada de decisões se dá depois de um histórico de atrito de Lula com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula fez várias manifestações negativas contra Campos Neto, sobretudo com críticas à taxa básica de juros, a Selic. Seu mandato se encerra em dezembro deste ano.

Quem é Gabriel Galípolo

Natural da capital de São Paulo, Gabriel Galípolo, de 42 anos, tem experiência nos setores público e privado. Desde julho do ano passado, ele é diretor de Política Monetária do BC.

Antes de integrar o colegiado do banco, Galípolo foi o braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando foi secretário-executivo da pasta, entre janeiro e junho de 2023.

Alguns dos desafios de Galípolo à frente do BC serão:

    • Inflação;
    • Taxa Selic;
    • Dólar;
    • PIB; e
    • Emprego.

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