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Gaeco investiga se morte de tesoureiro do PT teve motivação política

Autor dos disparos, o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho está preso preventivamente e recebe atendimento médico

atualizado

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Reprodução/redes sociais
Guarda municipal Marcelo Arruda, morto em confusão em festa de aniversário com tema do PT
1 de 1 Guarda municipal Marcelo Arruda, morto em confusão em festa de aniversário com tema do PT - Foto: Reprodução/redes sociais

O Ministério Público do Paraná (MPPR) reforçou a investigação do assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda (foto em destaque)por um policial apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O  Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apura se o crime teve motivação política.

O atentado fatal ocorreu em Foz do Iguaçu, durante uma festa de aniversário, na noite de sábado (9/7). O autor dos disparos, o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, está preso preventivamente e recebe atendimento médico. Ele deve passar por audiência de custódio assim que se recuperar.

“A investigação está começando ainda. Estamos apurando qual o motivo para ele estar no local. Temos que saber por que ele esteve lá, se ele sabia previamente que era realizado um evento político-partidário, apesar de ser um aniversário”, explicou o promotor de Justiça Tiago Lisboa, na primeira entrevista sobre o caso.

Veja vídeo:

A câmera instalada no salão de festas onde Marcelo Arruda, que era guarda municipal,  comemorava o aniversário de 50 anos registrou o momento em que ele foi atacado a tiros. A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Na manhã desta segunda-feira (11/7), Tiago Lisboa detalhou que o Gaeco vai acompanhar a investigação, coordenada pela Polícia Civil paranaense. Segundo os investigadores, as armas usadas no ataque são institucionais. Ao longo de sua fala, o promotor classificou o crime como uma “barbaridade”.

Jorge José foi identificado como um integrante de uma associação de segurança que tem sede na região da festa palco do assassinato. “Temos que saber a razão por que ele esteve ali e se havia algum tipo de identificação do evento como banner ou música”, frisou.

Um segundo inquérito vai apurar possíveis agressões recebidas por Jorge José. Inicialmente, ele teria recebido chutes na cabeça. “Ele teve um trauma na cabeça e esse é um dos motivos por ele estar internado e sedado”, explicou o promotor.

O crime desencadeou uma série de reações. Bolsonaro, por exemplo, comparou o assassinato em Foz do Iguaçu à facada em 2018.

Entenda o caso

Segundo relatos, por volta das 23h, Jorge Guaranho, que se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro, invadiu a festa e atirou em Marcelo, que revidou. A confraternização era promovida na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (Aresfi). A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas.

Relatos ainda apontam que o policial penal entrou na festa gritando o nome de Bolsonaro e “mito”. Houve uma rápida discussão, e o homem chegou a sacar a arma e ameaçou a todos. Logo depois, ele saiu, dizendo que voltaria para matar todo mundo”. Minutos depois, o agente penitenciário chegou atirando no guarda municipal.

A polícia investiga o crime como sendo de “motivação de política”. “Ele chega na festa ouvindo músicas que remetiam a Bolsonaro. Testemunhas contaram que ele teria gritado “Aqui é Bolsonaro”. O guarda pede para ele se retirar e ele não vai embora. O guarda municipal joga pedras contra ele. Assim começa a briga. vamos ouvir mais testemunhas. Informamos anteriormente que Jorge tinha vindo a óbito, mas ele está vivo e estável”, afirmou uma das delegadas que investigam o caso Iane Cardoso.

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