Gabriel Monteiro: Conselho da Câmara diz ter dados para abrir cassação
O vereador e ex-PM Gabriel Monteiro é acusado de estupro, assédio sexual e uso de criança para forjar vídeos na internet
atualizado
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Rio de Janeiro — O presidente do Conselho de Ética e Disciplina da Câmara de Vereadores, Alexandre Isquierdo, do Democratas, afirmou que há elementos suficientes para abrir processo de cassação contra o vereador Gabriel Monteiro (PL).
“As denúncias são graves”, disse, após reunião com promotores do Ministério Público. Segundo o órgão, dois casos de estupro e um de uso de criança para forjar vídeo na internet estão sendo investigados. Seis procedimentos já foram instaurados.
Nessa terça-feira (5/4), o grupo volta a se reunir para decidir se abre o processo cassação. Nos bastidores, a resolução é dada como certa, mas até decisão há um longo caminho. O vereador, que nega as acusações, será ouvido e as investigações precisam ter sido concluídas. Para ser cassado, 34 dos 51 vereadores devem votar contra o parlamentar.
Denúncias
Gabriel Monteiro foi denunciado por quatro mulheres por estupro no Fantástico, da TV Globo. “Estamos passando subsídios para a Casa. Já há dois casos de crimes sexuais comunicados”, explicou o procurador-geral Luciano Mattos.
No último domingo (3/4), três mulheres contaram histórias parecidas de relacionamentos consentidos que acabaram em violência. Uma delas, que o conheceu em um aplicativo, alega que o parlamentar ignorou o pedido para o uso de preservativo. Outra revelou que teve relações com o vereador antes de ele assumir o cargo na Câmara. Na casa dele, ela diz ter visto o então PM espancando uma outra mulher.
Uma terceira vítima contou uma violência sofrida em 2017. Segundo ela, durante a relação sexual, ficou com uma arma na cabeça. Na última semana, uma adolescente de 15 anos prestou queixa à polícia acompanhada dos pais. Eles denunciaram o vazamento de vídeos dela tendo relações sexuais com o vereador — que estava filmando. A gravação viralizou.
Gabriel Monteiro também compareceu à delegacia e negou que tenha vazado os vídeos. A Justiça determinou que as imagens fossem retiradas das redes sociais. Além de assédio sexual, o vereador é acusado de assédio moral e de usar criança para forjar vídeos para internet.