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G20 termina com gosto de vitória para Lula. Veja o que foi decidido

Após presidência do Brasil, África do Sul assume o comando do G20 no próximo dia 1º de dezembro

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1 de 1 Imagem colorida de presidente Lula no G20 do Rio - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Rio de Janeiro — A Cúpula de Líderes do G20 deste ano foi encerrada na noite de terça-feira (19/11), no Museu de Arte Moderna (MAM), na capital fluminense. O evento marcou o fim da presidência rotativa do Brasil e o início do comando da África do Sul.

A liderança do grupo gira a cada ano e, como pontuado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no discurso de troca de comando, após a África do Sul governar, o poder terá passado por todos os membros do bloco.

O grande legado da presidência brasileira é a formação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, idealizada por Lula e lançada formalmente na segunda-feira (18/11). Mais de 82 países e dezenas de entidades internacionais aderiram.

Até a Argentina, liderada por Javier Milei e no espectro político oposto de Lula, acabou assinando para compor o grupo de trabalho.

O projeto fez Lula ser visto com bons olhos, especialmente por unir forças divergentes em prol de uma causa que atinge boa parte do mundo, principalmente nações em desenvolvimento.

Na cúpula e no mandato do G20, o petista seguiu com críticas à Organização das Nações Unidas (ONU), na cobrança por maior inclusão dos países do Sul Global, principalmente da América Latina e África.

Essa união apareceu de novo no discurso do titular do Planalto ao passar o bastão para o colega sul-africano, Cyril Ramaphosa: “Esta não é uma transmissão de presidência comum. É a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem a América Latina e a África”.

Governança global e taxação de super-ricos

As prioridades da presidência brasileira no G20 foram frisadas no documento final da reunião, publicado na noite de segunda-feira (18/11). No texto, o bloco expressa consenso em pontos como o combate à fome, a reformulação da governança global e a taxação de super-ricos.

Uma reforma na governança global entrou no texto final da cúpula dos líderes do G20, que se comprometeram a trabalhar para que as medidas saiam do papel. Um dos principais focos da alteração seria o Conselho de Segurança da ONU, composto atualmente por 15 membros, sendo 10 rotativos e 5 fixos e com poder de veto nas discussões do órgão.

Segundo a perspectiva da presidência brasileira, a atual composição do conselho dificulta a representação de países em regiões como África e América Latina.

Apesar de a proposta ter chances de não se colocada em prática, o ponto recebeu apoio dos cinco membros fixos do Conselho de Segurança da ONU, que na prática determinam o andamento do órgão: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.

Um outro avanço durante a presidência brasileira no G20 foi a inclusão, até então inédita, de comunicado sobre taxação de grandes fortunas, apesar das discordância do governo da Argentina, liderado por Javier Milei. 

“Com total respeito à soberania tributária, nós procuraremos nos envolver cooperativamente para garantir que indivíduos de patrimônio líquido ultra-alto sejam efetivamente tributados”, disse um dos trechos do documento.

Desafios para a África do Sul

No encerramento do G20, o Brasil passou o comando do bloco para a África do Sul, que assume a presidência do G2o no próximo dia 1º de dezembro.

Além de prometer continuar o legado da presidência brasileira, o líder sul-africano Cyril Ramaphosa disse que o crescimento econômico inclusivo, segurança alimentar e a inteligência artificial serão as prioridades da África do Sul na liderança do G20.

“Nós nos comprometemos a avançar o trabalho do G20 para alcançar maior crescimento econômico global e desenvolvimento sustentável”, disse Ramaphosa à repórteres no Rio. “Usaremos esse momento para trazer as prioridades de desenvolvimento do continente africano e do Sul Globa com mais firmeza para a agenda do G20”.

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