G20 tem Lula de cara fechada com Milei e sorrindo com outros líderes
Sem risadinha e com “cara de poucos amigos”, Lula posou com semblante sério para foto com presidente argentino Javier Milei
atualizado
Compartilhar notícia
Durante a abertura da cúpula do G20, ocorrida nesta segunda-feira (18/11), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, como anfitrião, líderes de diversas nações. No entanto, enquanto posou sorrindo para fotos com chefes de Estado como Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França) e outros, Lula recepcionou o presidente da Argentina, Javier Milei, com o semblante sério – assim como o líder vizinho.
Veja:
Essa foi a primeira vez que Lula e Milei se cumprimentaram publicamente desde que o economista argentino assumiu o cargo de presidente, em dezembro de 2023.
Em junho, durante a cúpula do G7, os dois permaneceram distantes, apesar de estarem no mesmo evento.
No X (antigo Twitter), internautas notaram que o vídeo publicado pelo perfil oficial de Lula com o registro do cumprimento entre os dois foi o único, entre vários, que não incluiu música de fundo.
Assista:
As divergências políticas entre os governos brasileiro e argentino ficaram evidentes no G20. Sob a liderança de Milei, a Argentina manifestou resistência a incluir temas como taxação de grandes fortunas, igualdade de gênero e desenvolvimento sustentável na declaração final do evento. Ao final, porém, Milei recuou e aceitou assinar o documento.
Relação Lula x Milei
A relação entre o presidente Lula e o chefe de Estado argentino, Javier Milei, começou de forma turbulenta e segue em um delicado equilíbrio entre o passado de trocas de críticas e o presente marcado por gestos de aproximação tímida.
Durante a campanha eleitoral de 2023 na Argentina, Milei não poupou ataques a Lula. O presidente brasileiro foi alvo de ofensas públicas, sendo chamado de “corrupto” e “comunista” e até mesmo “dinossauro idiota” pelo então candidato.
As declarações serviram para reforçar a imagem de distanciamento ideológico entre os dois líderes, uma vez que Milei se posiciona como um defensor do ultraliberalismo econômico e crítico ferrenho de governos de esquerda.
Após a vitória nas urnas, Milei adotou uma postura mais conciliadora em relação a Lula. Em um dos gestos mais significativos, enviou uma carta ao líder brasileiro convidando-o para sua cerimônia de posse.
No documento, o argentino ressaltou a importância de “construir laços” entre os dois países, sinalizando o desejo de superar as divergências do passado em prol da cooperação bilateral.
Apesar do convite, Lula optou por não comparecer à posse, enviando o chanceler Mauro Vieira como representante oficial do Brasil no evento. O petista também tem cobrado um pedido de desculpas de Milei, que ainda não aconteceu.