G20: Lula se reúne com Erdogan e príncipe saudita; veja agenda
Presidente brasileiro chegou a Nova Delhi na sexta-feira (8/9) e cúpula do G20 começa neste sábado (9/9). Brasil presidirá o bloco até 2024
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, neste sábado (9/9), da 18ª Reunião de Cúpula do G20 em Nova Dheli, na Índia. Às margens do evento, no qual receberá do país anfitrião a presidência do grupo pela primeira vez na história, o mandatário terá agendas bilaterais com líderes asiáticos e europeus.
Segundo a programação prevista para o fim de semana, Lula se reunirá pela primeira vez com dois líderes asiáticos: o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que permanece no poder do país há duas décadas; e com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman.
O líder saudita é o mesmo que presenteou, em 2021, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) com joias milionárias. As peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, foram trazidas ilegalmente ao Brasil. O caso é investigado pela Polícia Federal.
Também estão previstas duas bilaterais com europeus com quem Lula já se encontrou anteriormente. São eles Emmanuel Macron, da França – eles se encontraram em junho, durante viagem do petista a Paris; e com o premiê holandês Mark Rutte, que esteve em Brasília em maio.
Veja a programação completa:
Neste sábado (9/9), Lula participará de duas reuniões temáticas do G20. A primeira será o painel “Um Planeta”, voltado para temas ligados ao desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono.
No início da tarde, o presidente brasileiro se reunirá com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, às 13h30. Em seguida, terá uma agenda bilateral com Mohammad bin Salman, Príncipe Herdeiro e Primeiro-Ministro do Reino da Arábia Saudita.
A segunda, o painel “Uma Família”, pautará temas como crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), educação, saúde e desenvolvimento liderado por mulheres.
O petista também estará na Cerimônia de Lançamento da Aliança Global de Biocombustíveis (GBA), com líderes de outros países-membro do grupo, como África do Sul, Argentina, Emirados Árabes Unidos, EUA, Índia, Itália e Ilhas Maurício; além dos convidados Bangladesh, Canadá e Singapura.
No domingo (10/9), Lula estará na terceira sessão da cúpula, intitulada “Um Futuro”, painel que terá como temas transformações tecnológicas, infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e futuro do trabalho e emprego.
Antes do encerramento da Cúpula, o mandatário brasileiro terá uma nova agenda com o presidente da França, Emmanuel Macron.
Na sequência, haverá a cerimônia de transferência da presidência do G20, da Índia para o Brasil. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, irá apresentar um balanço sobre a gestão da Índia em 2023. O presidente Lula será responsável por encerrar o evento.
No discurso, ele apresentará os temas e as expectativas para o mandato do Brasil em 2024. Como informou o Metrópoles, mandatário deve enfatizar agendas ligadas aos seguintes temas:
- Mudanças na governança global;
- Combate à fome e desigualdade;
- Contenção das mudanças climáticas; e
- Participação da sociedade civil em agendas do bloco.
Após a solenidade, Lula terá uma reunião com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, e dará uma coletiva de imprensa, antes de retornar a Brasília.
Agenda internacional de Lula
O presidente brasileiro embarca para o Brasil na madrugada de segunda-feira (11/9), mas não ficará muito tempo em solo brasileiro.
No próximo dia 15 de setembro, Lula embarca para Cuba, onde participará de uma cúpula de países em desenvolvimento, o G77, e segue, no dia seguinte, para os Estados Unidos, onde participará, em 19 de setembro, da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Trata-se do evento anual de mais importância da ONU e Lula vê o evento como oportunidade para conseguir algo concreto em sua agenda focada na “nova governança global”.
O conceito representa a busca por organismos multilaterais mais equilibrados e inclusivos, em especial pela integração do chamado Sul Global. Ou seja, uma reforma do contexto global marcado pela hegemonia dos Estados Unidos e da Europa Ocidental.
Além disso, a liderança brasileira no G20 se ampara na expansão do Brics – anteriormente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, que ampliará o peso do Sul Global na agenda diplomática ao incluir seis novos membros: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia.