metropoles.com

Fundação Palmares lança selo “Não é racista” e MPF anuncia investigação

Sergio Camargo, presidente do órgão, quer livrar de perseguição quem, segundo ele, não é racista, mas “vítima da esquerda”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

Já célebre por pautar sua atuação à frente da Fundação Palmares como uma cruzada contra o movimento negro e seus heróis, o presidente do órgão, Sérgio Camargo, anunciou um selo para certificar que acusados de racismo pela esquerda não são racistas, mas vítimas. A iniciativa nem foi executada e já está sendo alvo de investigação pelo Ministério Público Federal. A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Estado do Rio de Janeiro abriu ação para apurar “suposto desvio de finalidade” do selo “não racista”.

Camargo anunciou o selo apenas pelo Twitter e não deu muitas informações sobre os critérios vão ser usados para livrar ou inocentar “quem é injusta e criminosamente tachado de racista pela esquerda vitimista, com o apoio da mídia, artistas e intelectuais”.

Ainda segundo Camargo, nas redes sociais, “praticamente todas acusações de racismo procedentes da esquerda são fakes ou relatos deturpados por objetivo político”. Para ele, “racismo é um crime sério demais para ficar nas mãos da esquerda, amoral e desonesta”.

Veja o anúncio do selo:

Racismo é proibido por lei
A legislação brasileira é objetiva em relação ao que constituem os crimes de racismo e de injúria racial.

O crime de racismo está previsto na Lei 7.716/1989 e implica “conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade”. Entre as situações enquadradas como crime por essa lei, estão impedir acesso a estabelecimento comercial, às entradas sociais e elevadores ou negar ou obstar emprego em empresa privada.

Já a injúria racial, prevista na Lei 7.716/1989, prevê ser crime “ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem”.

Em resumo, o crime de racismo atinge uma coletividade e o de injúria racial, indivíduos.

3 imagens
Sérgio Camargo, desde que foi lançado por Jair Bolsonaro ao cargo de presidente da Fundação Palmares, teve desentendimentos com o movimento negro
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo
1 de 3

Sérgio Camargo. presidente da Fundação Palmares

Reprodução/Twitter
2 de 3

Sérgio Camargo, desde que foi lançado por Jair Bolsonaro ao cargo de presidente da Fundação Palmares, teve desentendimentos com o movimento negro

Reprodução/ Facebook
3 de 3

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo

Reprodução/Facebook

Resiliente
Levado ao governo pelo ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, que caiu após usar referências nazistas em um discurso, Camargo caiu nas graças do presidente Jair Bolsonaro pelas posições e principalmente por ter tido a nomeação barrada pela Justiça por meses, dando munição para o presidente em seu embate contra o poder Judiciário.

Com essa moral, Camargo sobreviveu à queda de Alvim e à gestão de Regina Duarte, que tentou demiti-lo, mas não teve força, e acabou ela sim encaminhando sua saída do governo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?