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Funcionários dos Correios anunciam greve nacional para o dia 18 de agosto

Entre as causas estão a crítica à possível privatização da empresa e a retirada de direitos do Acordo Coletivo

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Correios – Agência conceito dos Correios no Setor Hoteleiro Sul
1 de 1 Correios – Agência conceito dos Correios no Setor Hoteleiro Sul - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

Os trabalhadores dos Correios, por meio das entidades representativas, definiram greve nacional para o dia 18 de agosto, a partir dos primeiros minutos da data. A paralisação é uma resposta ao que o sindicato chama de “ataques promovidos” pela administração da empresa “desqualificando” o trabalho dos funcionários e sindicalistas, que tentam dialogar com a estatal desde o início de julho devido às recentes mudanças internas.

Entre os pontos criticados pelos grevistas estão o planejamento de privatização dos Correios pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), além da retirada de 70 direitos do atual Acordo Coletivo como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias e auxílio-creche. O novo acordo tem vigência de dois anos, sendo encerrado em 2021. Ainda, os trabalhadores pedem pela promoção de novos concursos públicos.

Além das causas citadas, outro ponto ressaltado no manifesto dos funcionários contra ações da empresa é o que eles chamaram de “despreparo” da estatal quanto a saúde dos funcionários em tempos de pandemia do novo coronavírus.

“A categoria ainda denuncia o descaso e negligência da empresa com a vida de trabalhadores e clientes. Sindicatos e Federação têm travado uma luta judicial para garantir equipamentos, sabonete, álcool em gel, desinfecção de agências, testagem de trabalhadores e afastamento de grupos de risco, que coabitam com grupos de risco ou que possuem filhos em idade escolar”, defendeu a entidade sindical, em nota.

“Apesar de alegarem gastos vultuosos com equipamentos de segurança, em muitas agências, principalmente no interior do país, esse material nunca apareceu e não há condições sanitárias adequadas para funcionamento das agências/serviços. Em vários locais, a empresa só forneceu álcool gel e sabonete líquido, ou testagem, graças à decisões judiciais, as quais a empresa lutou para derrubar, o que demonstra a má fé na condução da crise. Inclusive, a empresa se nega a fornecer os dados de funcionários e terceirizados infectados pela Covid-19, bem como a quantidade de óbitos na categoria”, continuou.

A decisão de greve foi tomada em reunião na última sexta-feira (31/07). Além da paralisação, os funcionários orientam pela realização de assembleias dos 36 sindicatos no dia 17 de agosto para deflagrar a interrupção das atividades. “Todos as unidades da federação já encontram-se em estado de greve”, finalizou, a nota.

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Confira a nota dos trabalhadores na íntegra: 

A partir da intransigência dos Correios em negociar e aos ataques promovidos via imprensa desqualificando o trabalho de quase 100 mil trabalhadores, 36 sindicatos dos trabalhadores dos Correios definiram em amplo debate na última sexta feira a reorganização do calendário de luta da categoria para a realização de grande greve nacional a partir de 0h do dia 18 de agosto. A categoria vem tentando dialogar com a direção da estatal desde o início de julho. Entre os principais pontos estão a retirada de 70 direitos do atual Acordo Coletivo, com vigência de dois anos (até 2021), como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias e auxílio creche, entre muitos outros.

Os trabalhadores ainda lutam contra a privatização alardeada pelo Governo Bolsonaro e a cúpula dos Correios como prioridade. A partir dessa meta, o governo vem promovendo o sucateamento e fechamento das agências, promovendo demissões para facilitar a privatização. Hoje os trabalhadores dos Correios respondem por parte importante da movimentação da economia nacional, com o crescimento vertiginoso do e-commerce e pela prestação de um serviço essencial, nos rincões do país, aonde empresas de logística não atuam. A categoria ainda denuncia o descaso e negligência da empresa com a vida de trabalhadores e clientes. Sindicatos e Federação têm travado uma luta judicial para garantir equipamentos, sabonete, álcool em gel, desinfecção de agências, testagem de trabalhadores e afastamento de grupos de risco, que coabitam com grupos de risco ou que possuem filhos em idade escolar.

A empresa não promove concurso público para garantir o funcionamento adequado dos Correios, e expõe a vida dos trabalhadores e clientes. Apesar de alegarem gastos vultuosos com equipamentos de segurança, em muitas agências, principalmente no interior do país, esse material nunca apareceu e não há condições sanitárias adequadas para funcionamento das agências/serviços. Em vários locais, a empresa só forneceu álcool gel e sabonete líquido, ou testagem, graças à decisões judiciais, as quais a empresa lutou para derrubar, o que demonstra a má fé na condução da crise. Inclusive, a empresa se nega a fornecer os dados de funcionários e terceirizados infectados pela Covid-19, bem como a quantidade de óbitos na categoria.

Os trabalhadores ainda sofrem, além da retirada de 70 direitos históricos conquistados pela categoria, com o aumento na participação dos planos de saúde, em detrimento da redução da participação da empresa. Lembrando que a mídia de piso salarial é de 1.700 mensais. Diante da intransigência da empresa, da proposta de RETIRADA de direitos e da negligência com a vida e saúde do trabalhador ecetista, a FENTECT, que representa mais de 60 mil trabalhadores em todo o país, em reunião realizada na parte da tarde da última sexta feira para unificação das bases e inclusão de sindicatos não filiados à Federação, orienta a realização das assembleias no dia 17 de agosto e deflagração da greve a partir das 00h do dia 18 de agosto. Todos as unidades da federação já encontram-se EM ESTADO DE GREVE.

 

 

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