Funcionárias se contradizem sobre atritos anteriores de Beto no Carrefour
João Alberto Freitas, 40 anos, foi morto após ser espancado por dois seguranças do estabelecimento, na última quinta-feira (19/11)
atualizado
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Duas funcionárias do Carrefour em Porto Alegre deram depoimentos contraditórios à polícia durante a investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, morto após ser espancado por dois seguranças do estabelecimento, na última quinta-feira (19/11).
Uma das funcionárias, a fiscal a quem Beto teria acenado enquanto estava com a esposa no caixa, informou que nunca o tinha visto e que não entendeu porque ele “parecia estar furioso”. Já uma agente de fiscalização, Adriana Alves Dutra, a mesma que aparece no vídeo do estacionamento ameaçando pessoas que filmavam o ataque, e que é investigada pela polícia, disse que a colega relatou que o rapaz teria tido atrito com outras pessoas que trabalhavam lá.
Segundo informações do Uol, a fiscal contou que, quando Beto chegou com a esposa para passar as compras e fazer o pagamento, ele “passou a encará-los” e foi na direção dela, que se esquivou. Ela ainda afirmou que ele “parecia estar furioso com alguma coisa” e não “aparentava estar fazendo uma brincadeira”, como afirmou a esposa do rapaz à polícia.
A funcionária relatou ainda que o cliente partiu para cima do segurança Magno Braz Borges e “fez um gesto com as mãos como se fosse empurrá-lo”, mas o segurança conseguiu desviar. Momentos depois, Borges e o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva levaram Beto até o estacionamento. Antes de sair da loja, o rapaz deu um soco no PM e, a partir daí, começaram as agressões que terminaram com a morte dele.
A fiscal afirmou ainda que não conhecia o cliente e não sabia o motivo da atitude dele. Ela permaneceu no caixa e só viu que Beto havia morrido quando foi chamada para ir até a entrada do Carrefour.
Contradição
Entretanto, Adriana falou, durante depoimento, que Beto “seria uma pessoa agressiva e que havia entrado em atrito com os fiscais da loja em outras datas”, o que contradiz o depoimento da fiscal.
Segundo a versão de Adriana, Beto teria empurrado uma senhora e “novamente foi orientado pelo cliente/policial a deixar disso e se acalmar”. Em seguida, houve o soco de Beto contra o PM.
A funcionária disse que acionou e Brigada Militar e ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao ver sangue. Ela citou que pediu, várias vezes, “aos rapazes que largassem Beto”.
No entanto, Adriana foi flagrada tentando impedir a gravação da cena por um motoboy. O homem rebateu que eles não poderiam estar fazendo aquilo e ela diz que Beto “bateu em uma mulher dentro da loja” e que “a gente sabe o que está fazendo”.
O caso
Beto foi morto no Carrefour, na última quinta-feira (19/11), em Porto Alegre. A esposa do homem, Milena Borges Alves, 43, contou que o casal foi ao supermercado comprar ingredientes para fazer uma receita de pudim e comprar verduras.
De acordo com Milena, eles ficaram poucos minutos dentro do estabelecimento e Beto saiu na frente em direção ao estacionamento. Ao chegar no local, ela se deparou com o marido no chão, e foi impedida de chegar perto dele.