Funaro vai delatar propina à campanha de Cunha, diz colunista
Apontado como operador financeiro do PMDB, o corretor pode endossar as afirmações do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS
atualizado
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Apontado como operador financeiro do PMDB, o corretor Lúcio Bolonha Funaro dirá, em sua delação premiada, segundo interlocutores, que a eleição do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidência da Câmara foi comprada. Funaro irá endossar a afirmação do empresário Joesley Batista, também em colaboração, de que o dinheiro saiu da JBS. As informações são dos jornalistas Andreza Matais e Marcelo de Moraes, da Coluna do Estadão.
Joesley contou que deu R$ 30 milhões para Cunha “sair comprando um monte de deputado Brasil a fora. Para isso que servia esses R$ 30 milhões”. Na ocasião, fevereiro de 2015, o peemedebista se elegeu em primeiro turno, com os votos de 267 dos 513 deputados.
Nas últimas semanas, enquanto participava das audiências do processo da Sépsis, na Justiça Federal de Brasília, Funaro vinha escrevendo em um computador e em um caderno espiral os resumos do que entregará na proposta de acordo de colaboração.
Em depoimento à PF, o corretor contou que entregava malas com dinheiro, em espécie, para o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB). Na oitiva, Funaro afirmou que fez viagens a Salvador (BA) para fazer os repasses. Após a detenção do corretor, o ex-ministro teria pressionado a esposa dele, por telefonemas, para evitar a delação. Geddel cumpre prisão domiciliar em seu apartamento na capital baiana.
Já Cunha está preso desde outubro do ano passado, em Curitiba (PR), no âmbito da Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro. O deputado cassado é acusado de receber propina em troca de influência a favor de empresas que buscavam liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), vinculado à Caixa Econômica Federal.
Além disso, Cunha também é suspeito de manter contas bancárias na Suíça e de participação em desvios nas obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) também o aponta como beneficiário de esquema de corrupção na Petrobras.