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Funai alertava sobre ameaças de morte a servidores desde 2021

Em nota técnica de outubro do ano passado, servidores pediam a recomposição da força de trabalho e relatavam possíveis chances de execuções

atualizado

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Divulgação/ Funai
Agente de fiscalização da FUNAI conduz barco em rio no meio de uma mata. Ele usa colete, chapéu e está de costas - Metrópoles
1 de 1 Agente de fiscalização da FUNAI conduz barco em rio no meio de uma mata. Ele usa colete, chapéu e está de costas - Metrópoles - Foto: Divulgação/ Funai

Documento mostra que funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) já alertavam sobre ameaças a servidores do órgão pelo menos desde outubro de 2021. Em nota técnica, os funcionários chamavam a atenção para a necessidade de recomposição da força de trabalho diante do aumento da demanda e a falta de pessoal.

O relatório destaca que a pandemia de Covid-19 “aumentou o trabalho do órgão indigenista, sem que contudo houvesse um incremento na força de trabalho para as ações de campo, seja por meio de concursos públicos ou processos de terceirização”.

Servidores alertaram que as atividades desempenhadas pela Funai em áreas remotas e isoladas, além de cidades com pouca infraestrutura, possuíam “alto grau de periculosidade” pois expunham “profissionais a uma rede de interesses em exploração ilegal do território indígena, acabando por sofrerem ameaças de morte, estendidas às famílias, e, até mesmo, assassinatos consumados, como o ocorrido na região de Tabatinga-AM, o que dificulta a permanência de servidores nessas localidades”.

A nota foi revelada pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.

Em outro documento, destinado ao presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva, nesse sábado (18/6), servidores solicitaram providências para garantir a segurança e integridade física de funcionários e populações indígenas da região do Vale do Javari, onde o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram executados.

O ofício ressalta que apesar da mobilização das forças de segurança para reforçar as buscas por Dom e Bruno, com o fim da operação, os agentes serão retirados do local, “processo de evasão que já se iniciou no final desta semana”.

Em uma outra manifestação, de 13 de maio, anterior aos assassinatos, uma coordenadora regional substituta da Coordenação Regional do Vale do Javari pediu a contratação de um serviço contínuo de vigilância ostensiva para garantir a segurança patrimonial e “inibir as ameaças sofridas pelos servidores durante o exercício de suas funções durante horário de expediente”.

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