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“Fui tratado como bandido”, diz Luciano Hang após operação da PF

O empresário foi alvo da corporação após denúncias de que ele e outros donos de empresas falaram em golpe de Estado

atualizado

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Luciano Hang depõe na CPI
1 de 1 Luciano Hang depõe na CPI - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Alvo de operação da Polícia Federal (PF), o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, afirmou nesta terça-feira (23/8) que foi “tratado como bandido”, mas disse estar com a consciência limpa.

A PF cumpre mandados de busca e apreensão contra oito empresários investigados por defender um golpe de Estado. O caso foi revelado pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles. A ação é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.

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“Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa”, afirmou Hang, em nota à imprensa.

“Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros”, prosseguiu ele.

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Empresário Luciano Hang concede entrevista com governistas antes da CPI da Covid
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O empresário contou que trabalhava na empresa, às 6h, quando a PF o abordou e recolheu seu telefone celular.

“Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião”, afirmou.

“Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil”, concluiu.

Além de Luciano Hang, são alvos das buscas: Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.

A reportagem do Metrópoles tenta contato com a defesa de todos os empresários citados.

Em nota, os advogados de Ivan Wrobel afirmaram que o empresário teve a honra e a credibilidade abaladas “simplesmente por participar de um grupo de WhatsApp”.

“Descendente de família polonesa judia, o Sr. Ivan sempre soube o perigo que ditaduras podem causar. Cumpre ressaltar em 1968, quando aluno do IME, foi convidado a se retirar da instituição por ter se manifestado contrário ao AI-5. Foi convivendo e defendendo a Democracia que o Sr. Ivan traçou toda sua vida, tanto familiar como profissional”, disse a defesa.

“Transmitir fake news a respeito de pessoas que levam uma vida correta, pagam seus impostos e contribuem com a sociedade não parece que seja um caminho que se deva perseguir”, prosseguiu.

Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, a defesa explícita de um golpe, por parte de alguns empresários, aconteceu no grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado. As trocas de mensagens foram acompanhadas pela coluna ao longo de meses.

Praticamente todos os integrantes do grupo fizeram ataques sistemáticos ao STF, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham a Jair Bolsonaro.

Os empresários bolsonaristas também legitimaram a disseminação de desinformação como uma arma de disputa política. Eles compartilharam fake news sobre o indigenista e o servidor público Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, as vacinas e também contra as urnas eletrônicas. Também houve discursos de homofobia, preconceito contra quem trabalha com pessoas em situação de rua e ódio a jornalistas e a veículos de imprensa.

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