“Fui indicada para presidir a Caixa com total liberdade”, diz Daniella
Daniella Marques foi indicada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ocupar o lugar de Pedro Guimarães, demitido após denúncias de assédio
atualizado
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Indicada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ocupar o lugar de Pedro Guimarães, a nova presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Daniella Marques Consentino, disse nesta segunda-feira (4/7) ter recebido o cargo com “liberdade absoluta para trabalhar”.
Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (4/7), Daniella declarou que vai montar sua própria equipe de consultores, demitindo quem achar necessário. Além disso, anunciou que criará um canal exclusivo para atender mulheres vítimas de assédio.
A nova presidente da Caixa disse ter boa relação com o governo federal e ressaltou nunca ter sofrido qualquer ingerência ou preconceito por ser mulher.
“Trabalhei no bastidor com o ministro Paulo Guedes. Atuei no governo no cargo de assuntos estratégicos, na execução, interlocução dele com as lideranças políticas. Quando estou conversando com as pessoas, estou falando de política, de assuntos de economia. Ninguém está pensando se sou mulher ou não. Nunca tive nenhuma retaliação por gênero”, disse.
Daniella Marques também afirmou ter total liberdade para atuar e um dia antes de tomar posse oficial, no Palácio do Planalto, revelou que pretende demitir ao menos 20 consultores estratégicos que eram ligados a Guimarães. Até esta segunda, a nova presidente da Caixa diz ter afastado ao menos seis pessoas: uma chefe de gabinete e cinco consultores.
“Quando se chega a um cargo dessa natureza, é preciso compor a própria equipe. São 20 consultores [da gestão Pedro Guimarães]. Provavelmente, vou afastar os 20. Quero criar um núcleo de trabalho do meu jeito: descentralizado e temático”, afirmou.
Pedro Guimarães deixou a presidência da Caixa após ser acusado de assédio moral e sexual por funcionárias da instituição financeira. As denúncias foram reveladas pelo colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Outras demissões
Na última sexta-feira (1°/7), o Conselho de Administração do banco já havia acatado o pedido de demissão do vice-presidente de Negócios de Atacado, Celso Leonardo Barbosa, apontado como um dos principais auxiliares de Pedro Guimarães. O vice-presidente de logística, Antônio Carlos, também entregou carta de renúncia.
Daniella afirmou que pretende zelar pelos 90 mil trabalhadores que fazem parte do corpo da instituição financeira. “As pessoas não devem ser qualificadas por gênero, cor ou opção sexual. Cada um tem sua habilidade, sua vocação e deve ser valorizado por isso”, afirmou durante entrevista.
O antigo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, foi demitido após ser alvo de denúncias de assédio sexual. A troca foi oficializada na noite da última quarta-feira (29/6), com ato publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). No entanto, a posse oficial de Daniella só ocorre nesta terça, no Palácio do Planalto.
Desde 2 de fevereiro de 2019, Daniella Marques ocupava o cargo de secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia. Antes, atuou como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos de Paulo Guedes.
Daniella Marques é formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e fez um MBA (modalidade de pós-graduação) em finanças pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).
Antes de entrar no governo, atuou no mercado financeiro por 20 anos, em gestão independente de fundos de investimentos. Foi também sócia-fundadora e diretora de fundos de investimento.
A relação profissional com Guedes teve início na Bozano Investimentos, empresa na qual os dois foram sócios. Como assessora do ministro, Daniella participava das decisões importantes e costumava ir, a mando de Guedes, para negociações com o Congresso e com o Palácio do Planalto.
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