“Fui inábil ao usar a palavra CPI e depois circo”, diz juíza do caso Henry
Ao reabrir sessão, a juíza afirmou que foi mal interpretada; cúpula da CPI diz que apresentará queixa contra a magistrada ao CNJ
atualizado
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Rio de Janeiro – Juíza do 2º Tribunal do Júri, Elizabeth Machado Louro afirmou que foi mal interpretada ao usar a palavra CPI e depois “circo”. Ela se explicou ao reabrir a sessão para retomar os depoimentos das testemunhas de acusação do processo sobre a morte do menino Henry Borel.
“Estou comparando dinâmicas que são diferentes daqui e do tribunal. Na CPI, tem representante do povo e dos estados e lá acontece da forma que tem ser. Aqui não é dessa forma. Sou uma entusiasta da CPI, assisto e torço para ter resultado. Achei que fui inábil após usar a CPI e depois circo”, justificou.
Representação da CPI
Após a primeira fala da juíza, nesta quarta-feira (6/10), a cúpula da CPI da Covid-19 afirmou que acionará a Advocacia-Geral do Senado Federal para fazer uma representação contra a juíza. Antes do intervalo do julgamento, a magistrada chamou o colegiado de “circo”. A queixa será protocolada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Aqui não é CPI. Aqui a gente está para ouvir a testemunha. Isso aqui não vai virar circo”, afirmou a magistrada nesta quarta-feira (6/10).
A manifestação provocou repúdio dos senadores. “Essa CPI não pode permitir, isso não pode ser aceitável. Assim como tivemos a firmeza necessária para expulsar até parlamentar, não podemos aceitar que tentem enxovalhar ou tumultuar o trabalho final da comissão”, criticou o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).