“Fui atingido”: empresário de Araçatuba envia áudio antes de morrer. Ouça
Renato Bortolucci fez vídeo para registrar tiroteio em rua de Araçatuba; minutos depois, acabou baleado e enviou mensagem antes de morrer
atualizado
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São Paulo – Pouco antes de morrer, ao perceber que estava ferido, o empresário Renato Bortolucci, dono de um posto de gasolina em Araçatuba, enviou um áudio por Whatsapp.
“Nossa, eu fui atingido. Nossa Senhora! Meu Deus!”, disse ele na mensagem enviada por áudio que, posteriormente, acabou compartilhada entre parentes e amigos.
Não era para Renato Bortolucci estar ali. Ele resolveu ver de perto o que estava acontecendo quando teve início o estrondo causado pela sequência de tiros e explosões promovidos por um grupo de assaltantes na madrugada desta segunda-feira (30).
Minutos antes, o empresário estacionou seu carro, um Hyndai Creta dourado, na rua Luiz Pereira Barreto, no centro de Araçatuba.
Ele parou o carro e desembarcou para fazer um vídeo – como revelou o jornalista Rodrigo Castro do jornal O Globo.
Nas imagens, Bortolucci relata o confronto à sua frente em tom de brincadeira. “Vou ajudar vocês aí. É o Renatinho. Vou trocar uma ideia com vocês aí”, diz Bortolucci enquanto ouve os tiros disparados a alguns quarteirões de onde ele estava.
Falando com a câmera, ele segue em tom de galhofa: “Não deu muito certo não. O cara não gostou não. Falei que ia trocar uma ideia com ele. Também quero uma fatia, filho.”
Em um segundo momento, Bortolucci foi encontrado morto por um tiro, dentro do próprio carro – que estava parado na mesma rua Luiz Pereira Barreto mas 100 metros à frente do local onde ele gravou o vídeo.
Tudo indica que, após fazer o vídeo, ele decidiu se aproximar um pouco mais. E seguiu com seu carro na direção do confronto.
A reportagem do Metrópoles confirmou que o carro estava a duas quadras das agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, escolhidas como alvos pela quadrilha.
No meio da tarde, a mãe de Renato Bortolucci chegou ao posto de gasolina que pertencia ao filho, abraçou os funcionários aos prantos e perguntou a um deles: “O que me filho foi fazer lá?”