“Fui a melhor mãe que ele poderia ter tido”, diz mãe de Henry em carta
Mãe de Henry Borel descreve, durante clausura no Complexo de Bangu, onde se trata da Covid-19, a relação com o filho de 4 anos
atualizado
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Rio de Janeiro – Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida disse, em carta de 29 páginas escrita durante a prisão no Complexo de Bangu, zona oeste do Rio, onde se trata de Covid-19, que foi “a melhor mãe que Henry Borel Medeiros poderia ter tido”. A professora nega ainda ter acobertado qualquer tipo de agressão ao filho.
“Nunca acobertei maldade ou crueldade em relação ao Henry. Nunca encostei um dedo dele, nunca bati no meu filho, eu fui a melhor mãe que ele poderia ter tido. Minha vida hoje não faz mais sentido algum”, descreveu.
Na carta, Monique conta também sobre o fim do casamento com o engenheiro Leniel Borel de Almeida Júnior e como conheceu o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido).
“Infelizmente, hoje vi que tomei uma atitude errada. Daria qualquer coisa para ter minha família de volta, acordar vendo o meu filho sorrir, acompanhar o desenvolvimento dele, receber seu carinho diário, ouvir dezenas de vezes de como eu era linda, contar todas as histórias de monstros, castelos e príncipes, ver ele escrevendo suas primeiras palavras… Só Deus sabe e pode mensurar a dor e o buraco que existem em meu coração”.
Monique está presa desde o dia 8 de abril, quando a morte do menino Henry completou um mês. Ao lado de Jairinho, eles são acusados de envolvimento na morte da criança. A defesa da professora aguarda a Polícia Civil do Rio marcar um novo depoimento para ela. Na primeira oitiva, Monique alegou acidente doméstico.
Em nota, o advogado de defesa de Jairinho, Braz Sant’Anna, afirmou que a carta da mãe de Henry trata-se de “uma peça de ficção”.
“Sem falar sobre a tese da defesa, o que somente farei após a denúncia, posso adiantar que a carta da Monique é uma peça de ficção, que não encontra apoio algum nos elementos de prova carreados aos autos”.