Fugitivos de Mossoró voltam à penitenciária e ficam em celas separadas
Retorno dos fugitivos da penitenciária de Mossoró se tornou “questão de honra” para provar segurança em presídios federais
atualizado
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Após serem recapturados, nessa quinta-feira (4/4), os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, retornaram à unidade prisional.
Os dois chegaram durante a madrugada desta sexta-feira (5/4) no presídio. Segundo informações iniciais, os dois vão ficar em celas separadas e monitoradas 24 horas por dia.
O objetivo das autoridades federais é preciso mostrar que a segurança no estabelecimento carcerário é total. É uma “questão de honra” para o governo mostrar que os dois ex-faccionados do Comando Vermelho vão retomar o cumprimento da pena e que não há qualquer chance de novas fuga.
E diversas medidas punitivas também estão sendo tomadas para isso. O diretor da penitenciária no dia da fuga, por exemplo, foi afastado definitivamente. O nome de Humberto Gleydson Fontinele Alencar foi publicado na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira (5/4).
Eles escaparam da prisão de segurança máxima por volta das 3h30 de 14 de fevereiro. Após 51 dias de buscas, que envolveram centenas de agentes das forças de segurança, a dupla foi presa na tarde desta quinta-feira (4/4), na BR-222, nas proximidades de Marabá, no Pará.
O local da prisão fica a 1.600 quilômetros de Mossoró.
“Eles voltarão para o local de onde saíram, a Penitenciária de Mossoró. [A unidade está] totalmente reformulada, no que diz respeito aos equipamentos de segurança. Eles ficarão separados e haverá vistorias diárias”, destacou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
A prisão e o retorno de Deibson e Rogério aliviam parte da pressão sobre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e as forças de segurança, mas deixa um alerta ligado. Além disso, há o legado do reforço que foi necessário nos mecanismos de segurança depois da primeira fuga registrada nas prisões federais do Brasil.
Ainda em 14 de fevereiro, Lewandowski determinou o afastamento imediato da direção da penitenciária e nomeou um policial penal para o posto. Outra medida foi o reforço da segurança em todas as unidades prisionais do sistema.
Lewandowski determinou a construção de muralhas ao redor de todas as penitenciárias federais. Atualmente, a Penitenciária Federal de Brasília é a única unidade que já é cercada por um muro de proteção, além das grades que circundam a prisão originalmente.
Além disso, o ministro anunciou que os presídios passariam por uma modernização do monitoramento e aumento do controle de acesso. Entre as medidas, está a implementação de um sistema de reconhecimento facial, aliado à ampliação dos sistemas de alarmes e sensores de presença nas cinco unidades.
As mudanças serão feitas com recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), gerido pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e cujo objetivo é financiar ações de aprimoramento e modernização do sistema prisional.
O Brasil conta com cinco prisões federais – em Brasília (DF), Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).
Captura dos fugitivos
Rogério estava de camiseta preta, cabelo e barba feitos, e apresentava ferimento no nariz. Deibson também estava barbeado, com cabelo cortado e vestia camisa gola polo e boné vermelhos.
Chamou a atenção a localização dos dois, pois estavam a 1,6 mil quilômetros de distância da penitenciária de Mossoró.
Veja o momento em que os criminosos chegam à delegacia da PF, em Marabá: