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Fuga longa pela mata: as semelhanças entre Mossoró e caçada a Lázaro

A caçada aos dois detentos de Mossoró que fugiram de penitenciária federal entra no 14º dia nesta terça-feira (27/2). Cinco já foram presos

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1 de 1 Imagem colorida mostra vista aérea da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) interventor fuga - Metrópoles - Foto: Reprodução/Depen

A caçada aos dois detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, entra no 14º dia nesta terça-feira (27/2). As buscas, que envolvem centenas de agentes engajados há dias e amedrontam moradores de dois estados, remontam a outra fuga: a caçada ao assassino Lázaro Barbosa, ocorrida em junho de 2021, em Goiás.

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça escaparam da prisão na madrugada de 14 de fevereiro, na primeira fuga da história do sistema penitenciário federal, que é de segurança máxima. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, integram a força-tarefa 540 agentes federais — o que engloba a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Força Nacional — além de quadros das forças estaduais.

Há pouco mais de dois anos, a caçada a Lázaro Barbosa ganhou repercussão semelhante – as buscas duraram 20 dias. Uma força-tarefa formada por cerca de 270 agentes, dezenas de viaturas, helicópteros e cães farejadores seguiu os vestígios do responsável pela morte de três membros da mesma família.

A operação terminou em 28 de junho de 2021, quando ele foi encontrado e morto, após troca de tiros com os agentes.

Enquanto esteve foragido, Lázaro invadiu várias propriedades rurais, fez reféns, roubou alimentos e impôs um verdadeiro terror a uma região do Entorno do DF. O modus operandi, em diversos aspectos, se assemelha ao que ocorre na caçada aos detentos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró.

Eles também amedrontam a população e usam moradores locais como “ajudantes” por meio de ameaças. Nesta segunda-feira (26/2), por exemplo, foi preso o dono de um imóvel rural no qual os fugitivos passaram vários dias na semana passada. As autoridades investigam se ele recebeu vantagens financeiras ou foi obrigado a colaborar.

Cássio Thyone, que é membro do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e perito criminal aposentado da Polícia Civil do DF, explica que, apesar das semelhanças, há especificidades. Um desses fatores é o fato de se tratar de uma dupla, o que pode representar vantagem. “Ao contrário do Lázaro, porém, eles estão em uma região que eles desconhecem as características”, acrescenta.

“Os dois casos envolvem uma busca por fugitivos e que são casos que se transformaram, pela duração, em casos que os policiais envolvidos chamam de uma verdadeira caçada. Tanto Lázaro quanto os fugitivos de Mossoró empreenderam outras ações na região, como fazer reféns”, explicou Thyone.

Embora o passar dos dias aumente a apreensão pela captura, o tempo é um fator que pode complicar a situação para ambos os lados. Segundo Thyone, é esperado que os fugitivos tentem deixar a região para aumentar a chance de escaparem. No entanto, com o passar do tempo, eles experimentam cada vez mais estresse e cansaço, o que compromete a tomada de decisões.

“Esse tipo de busca de fugitivos não é tão simples quanto as pessoas pensam. O Caso Lázaro mostrou isso e estamos tendo uma repetição da questão”, detalha.

A experiência anterior pode ser um trunfo em campo, pois, como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, 20 agentes da PRF que caçaram Lázaro atuam na busca dos fugitivos em Mossoró.

Fuga e prisões

A PF prendeu, nesta segunda-feira (26/2), o dono de uma propriedade utilizada pelos criminosos. O esconderijo foi localizado na última sexta-feira (23/2), na zona rural da cidade de Baraúna (RN). Em nota, a PF informou que o homem detido teria fornecido abrigo, alimentos e outros itens aos fugitivos.

O suspeito teria atuado em conjunto com outro apoiador da fuga, preso na quinta-feira (22/2), sob a acusação de fornecer transporte e armamento aos foragidos. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que, até o momento, já foram cinco prisões relacionadas ao caso.

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Região permite que dupla passe noites escondida em buracos no chão
Local onde dupla ficou abrigada
Fuga em Mossoró foi inédita na história do país
Cinco presídios são administrados pelo governo federal
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Rogério Mendonça e Deibson Nascimento, fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN)

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Região permite que dupla passe noites escondida em buracos no chão

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Local onde dupla ficou abrigada

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Fuga em Mossoró foi inédita na história do país

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Cinco presídios são administrados pelo governo federal

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Deibson Cabral Nascimento, o “Deisinho” ou “Tatu”, e Rogério da Silva Mendonça escaparam da prisão de segurança máxima por volta das 3h30 de 14 de fevereiro. Os criminosos, que são integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), fugiram por um buraco na parede de uma das celas.

Para a fuga, que é considerada a primeira desde a inauguração desse tipo de prisão no Brasil, os detentos utilizaram ferramentas da obra que ocorria na unidade prisional. As câmeras do local não capturaram o momento, porque não estavam funcionando.

A Penitenciária Federal de Mossoró foi inaugurada em julho de 2009 e fica em uma área rural no Rio Grande do Norte.

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