Fuga em Mossoró usou ferramentas de obra. Itens de segurança falharam
Dois presos conseguiram fugir do Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na madrugada de quarta-feira (14/2)
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou, nesta quinta-feira (15/2), que os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, utilizaram ferramentas da obra da unidade prisional para fugir.
Lewandowski destacou ainda que algumas das câmeras do local não estavam funcionando adequadamente no momento da fuga. Além disso, lâmpadas que também serviriam para detectar movimento e alertar sobre a fuga também falharam.
“Algumas câmeras não estavam funcionando adequadamente. Assim também como algumas luzes, algumas lâmpadas que poderiam eventualmente detectar uma fuga não estavam funcionando adequadamente”, pontuou o ministro da Justiça.
O Ministério da Justiça determinou o afastamento imediato da atual direção da penitenciária e acompanha a situação de perto.
Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró na madrugada dessa quarta-feira (14/2). Segundo o ministro da Justiça, foram encontradas ferramentas utilizadas pelos presos no local da fuga.
“Foram encontradas ferramentas que eram utilizadas na reforma do presídio dentro, não só da sala, mas também no local por onde eles evadiram”, afirmou o ministro da Justiça.
Lewandowski contou que os fugitivos conseguiram atravessar os tapumes da obra e depois, com um auxílio de um alicate, cortaram as grades da unidade prisional. “Ultrapassaram o tapume e depois com um alicate, aquele alicate que corta arame, cortaram as grades [da penitenciária]”, relatou o ministro da Justiça.
Ainda de acordo com o chefe da pasta, a ferramenta usada na fuga estava “jogada” no canteiro de obras. “Como eles conseguiram esse alicate? Conseguiram porque, certamente, ele estava jogado no canteiro de obras, quando devia estar trancado como ocorre em outras reformas de presídios”, avaliou o ministro.
Fuga em Mossoró
A fuga dessa quarta foi a primeira registrada em um presídio federal. Atualmente, há cinco unidades desse modelo no Brasil, elas estão localizadas em Brasília (DF), Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR).
As penitenciárias federais são responsáveis pela detenção de criminosos de alta periculosidade, normalmente integrantes de grandes organizações criminosas, como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em decorrência da fuga de quarta, Lewandowski nomeou o policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires como interventor no presídio federal de Mossoró. Ele já chefiou a unidade federal de Catanduvas, a primeira desse tipo no Brasil.
A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) irão auxiliar na recaptura dos criminosos.