Frota pede “escusas” a embaixador da China por ataques de Eduardo Bolsonaro
Deputado federal do PSDB-SP mandou carta a embaixador chinês no Brasil e pediu liberação de insumos para produção de vacinas
atualizado
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O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) enviou uma carta ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, desculpando-se em nome do Parlamento pelos ataques do também deputado Eduardo Bolsonaro ao país asiático. Frota, que se lançou candidato independente à presidência da Câmara, pediu a liberação dos insumos necessários para a fabricação de vacinas contra a Covid-19 no Brasil e desejou que “seja desconsiderada qualquer postura (ou falta dela) cometida por pessoas que de há muito já deveriam ter sido expulsas do parlamento brasileiro por absoluta falta de decoro”.
Frota escreveu ao embaixador que “infelizmente as declarações absurdas e antiéticas do Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, criaram um clima de animosidade entre o Brasil e a República Popular da China, o que entrava acordos comerciais existentes” e que apresentava “escusas pela irresponsabilidade do parlamentar em questão”.
Em novembro do ano passado, o filho do presidente da República e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara afirmou que o Brasil iria aderir a um programa de tecnologia que “pretende proteger seus participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas”. Eduardo se referia ao programa Clean Network, do governo federal.
Sem provas, ele afirmou que as espionagens cibernéticas “ocorrem em entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”.
O embaixador chinês, a quem Frota agora escreve, rebateu as declarações em nota de tom forte, dizendo que quem ataca o país daquela maneira “vai arcar com as consequências“. Disse que as falas de Eduardo “não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Isso é totalmente inaceitável e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento”.
O episódio virou um incidente diplomático, que agora é um incômodo pano de fundo nas negociações do Brasil com a China pela liberação de insumos médicos.