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Frota ironiza gastos do governo e distribui leite condensado na Câmara

O deputado do PSDB disse ter acionado órgão de controle para fiscalizar gastos do Executivo após reportagem do Metrópoles

atualizado

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Marcelo Montanini/Metrópoles
Alexandre Frota
1 de 1 Alexandre Frota - Foto: Marcelo Montanini/Metrópoles

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, distribuiu latas de leite condensado a jornalistas e assessores na Casa, em reação à reportagem do Metrópoles sobre as compras pagas em 2020 pelo governo federal com alimentação.

O parlamentar informou que acionou, nesta quarta-feira (27/1), a Comissão Interna de Fiscalização da Câmara, junto com o Tribunal de Contas da União (TCU).

“Quinze milhões de reais em leite moça para dá acreditar ou não? Fora chiclete, pão… Aonde será que vai todo esse leite moça? Queria que alguém me desse uma resposta. Por isso, acionei e fiz uma proposta de fiscalização e controle, em virtude dos aumentos de gastos desproporcionais com cartão corporativo. O cartão corporativo de Jair Bolsonaro parece uma navalha”, declarou Frota a jornalistas.

A reportagem do Metrópoles, no entanto, não trata de gastos do cartão corporativo, mas de compras feitas por todo o Executivo federal.

Os gastos da Presidência da República com cartão corporativo são sigilosos. Mas reportagem da Folha de S.Paulo do mês passado mostrou que houve aumento da média de gastos em 2020 em comparação com o valor consumido pelo ex-presidente Michel Temer.

“É no TCU que está o Jorge Oliveira? Não vai dar em nada. Quando temos o Jorge Oliveira no TCU, [Augusto] Aras na PGR [Procuradoria-Geral da República] e [André] Mendonça, na Justiça, nada vai para frente. A família está protegida”, disse.

O deputado disse também que estava lançando uma campanha “tome vacina, não mata, não morre e não vira jacaré”, em alusão à declaração de Bolsonaro que sugeriu que uma pessoa poderia virar jacaré ao tomar o imunizante contra a Covid-19.

O tucano disse que enviou ofício aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre as caravanas de bolsonaristas em direção a Brasília, também noticiadas pelo Metrópoles, para eleição da Câmara e do Senado no próximo dia 1° de fevereiro. “Para que essa Casa não se transforme no que aconteceu no capitólio nos Estados Unidos”, disse.

Painel de compras

Levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mostrou que, no último ano, todos os órgãos do Executivo federal pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos — um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão pagos.

Além do tradicional arroz, feijão, carne, batata frita e salada, no “carrinho” estiveram incluídos biscoitos, sorvete, massa de pastel, leite condensado — que associado ao pão forma uma das comidas favoritas do presidente — , geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu e até chiclete.

O gasto de mais de R$ 15 milhões em leite condensado se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter na terça-feira. O valor é o equivalente a 7,2 mil latas por dia, ao custo de R$ 162 cada uma. O caso gerou revolta nas redes sociais.

 

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