Frente ruralista fala em “ação isolada” após agro ser citado em golpe
Em delação, Mauro Cid afirmou que dinheiro entregue por Braga Netto aos “kids pretos” veio do “pessoal do agronegócio”
atualizado
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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nota neste domingo (15/12) depois de o setor ter sido citado na investigação da Polícia Federal (PF) que prendeu o general Walter Braga Netto por envolvimento nos planos para a execução de um golpe de Estado em 2022.
A bancada do agro, em pronunciamento, defendeu que as investigações “sejam conduzidas com urgência e rigor, apurando todos os indícios de ações criminosas de forma imparcial”. Condenou, porém, a generalização de um setor econômico formado por mais de 6 milhões de produtores em todo o país.
“Defende-se que os responsáveis sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica de eventuais envolvidos”, destaca o pronunciamento.
Braga Netto, preso no sábado (14/12), teria de acordo com as investigações desempenhado papel central no plano de teor golpista junto aos militares das forças especiais conhecidos como “kids pretos”. Os agentes monitoravam alvos como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na decisão de Moraes que autorizou a prisão de Braga Netto, consta a informação de que o general teria entregado dinheiro a um dos “kids pretos” para auxiliar no cumprimento dos planos.
Em depoimento, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid informou que Braga Netto teria dito, à época, que o dinheiro entregue em uma sacola de vinho havia sido obtido “junto ao pessoal do agronegócio”.