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Freixo sobre coachs de pegação: “Provável que não seja crime isolado”

Presidente da Embratur, Freixo esteve no prédio da PF para pedir investigação sobre coaches americanos que organizaram festa em SP

atualizado

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Celimar de Meneses/Metrópoles
dois homens de terno, de pernas cruzadas, conversam em sofá
1 de 1 dois homens de terno, de pernas cruzadas, conversam em sofá - Foto: Celimar de Meneses/Metrópoles

O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, afirmou que o caso dos homens norte-americanos que ofereciam cursos que ensinavam a conquistar mulheres pode não ser um caso isolado. Freixo fez a afirmação na sede da Polícia Federal, em Brasília, na formalização do pedido de investigação do caso à corporação nesta segunda-feira (20/3).

“A gente precisa fazer um trabalho de cooperação, porque é provável que não seja um crime isolado, e o Brasil tem um histórico que precisa ser enfrentado de turismo com exploração sexual. É um turismo que a gente não quer no Brasil, esse caso tem de ser pedagógico”, afirmou Freixo.

“A gente quer muito turista no Brasil, turismo por sol e praia, pela gastronomia, pela cultura. Mas turismo para cometer crime a gente não quer, não pode ter nenhuma dúvida em relação a isso”, completou o presidente da Embratur.

Na ocasião, Freixo entregou ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ofício que pede a abertura de investigação. O documento, assinado na sexta-feira (17), cita a prática, em tese, de “favorecimento de prostituição ou forma de exploração sexual, de agenciamento, aliciamento, transporte, para fins de exploração sexual, realizada pelo grupo Millionaire Social Club (MSC)”.

A festa feita no bairro Morumbi, em São Paulo (SP), por dois coaches norte-americanos, David Bond e Mike Pickupalpha, em 26 de fevereiro, virou caso de polícia, após denúncia de uma brasileira de 27 anos que esteve no evento e registrou ocorrência numa delegacia paulistana.

O curso, do qual participaram principalmente estrangeiros que pagaram de US$ 12 mil a US$ 50 mil pelo pacote completo, incluía uma espécie de aula prática numa festa oferecida pelos organizadores. As mulheres convidadas para o evento via redes sociais e aplicativos de troca de mensagens não sabiam que estavam sendo cobaias.

Freixo alertou que pode ter “uma quantidade enorme de crimes” na festa e que a Embratur confirmou que havia pelo menos uma menor de 18 anos na festa. Além da presença da adolescente, outros possíveis crimes, segundo o presidente da Embratur, é que as jovens não sabiam da situação e que imagens foram divulgadas nas redes sociais sem autorização.

Andrei Rodrigues afirmou que a Polícia Federal vai usar a estrutura no exterior para investigar os americanos.

“Nós temos nos Estados Unidos não só uma adidância policial, mas também vários oficiais de ligação, inclusive em forças-tarefa que participamos naquele país, de maneira que utilizaremos os mecanismos já existentes de cooperação e a própria estrutura que a Polícia Federal tem no exterior. Temos presença em 20 países hoje, o que nos permite essa capilaridade na busca de dados e informações, obviamente, seguindo os trâmites formais e legais que são necessários para esse processo”, considerou Rodrigues.

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