Freixo: “Governo não dialoga nem com a base, imagine com a oposição”
Vice-líder da oposição admite que o pacote anticrime visa qualidade na segurança pública, mas critica a “falta de articulação” do Planalto
atualizado
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Em meio aos desentendimentos no Congresso Nacional a respeito do pacote anticrime do ministro da justiça Sergio Moro e o andamento da reforma da Previdência, o vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, Marcelo Freixo (PSol-RJ), culpou o autoritarismo do governo Jair Bolsonaro (PSL) pela crise entre o Legislativo e o Executivo. “Esse é um governo de natureza autoritária, um governo que trata o Congresso como um espaço da má politica”, atacou o deputado. “Eles não têm capacidade de diálogo nem com sua base, imagine com a oposição”, completou.
Segundo o parlamentar, a Câmara abriu o debate com a base da sociedade civil e isso já gerou crise com a base do governo. Freixo citou como exemplo o fato de sua participação, além da de outro deputado oposicionista, Paulo Teixeira (PT-SP), no grupo de trabalho que vai analisar o projeto anticrime ter gerado insatisfação no ministro da Justiça, Sergio Moro.
Para o deputado, a presença da oposição entre os 10 parlamentares do grupo de trabalho demonstra uma representatividade social da Câmara. O grupo foi criado presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e vai avaliar o pacote anticrime por 90 dias, o que tem gerado desentendimentos entre o deputado e o ministro devido ao ritmo da tramitação do texto.
Apesar das brigas, Freixo afirma que o pacote do ministro busca “qualidade na segurança pública” e deve ser chancelado pela Casa. Segundo o deputado, os desentendimentos mostram falta de capacidade de diálogo da base do governo no Congresso Nacional. “Não é para perder tempo, é para ganhar qualidade”, explicou o vide-líder.
Reforma da Previdência
“O papel da oposição não é facilitar algo que nem o governo facilita”, disse Freixo ao comentar as crises no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o vice-líder, a oposição tem “criticas profundas” quanto à reforma da Previdência. “Para nós, não é uma reforma. É o fim da Previdência, o que amplia a desigualdade e não combate os privilégios”. Para Freixo, o texto dos militares comprova que a reforma “amplia a desigualdade”.
Apesar dos desentendimentos entre membros do Congresso, o deputado afirmou que a luta pela não aprovação da reforma poderá unificar a esquerda brasileira. “Os progressistas vão estar unificados contra a reforma da Previdência. A pauta ajuda os progressistas, sem dúvida alguma. Essa proposta vai ajudar na unidade da esquerda”, concluiu o psolista.