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Freire Gomes à PF: Bolsonaro sugeriu GLO e Estado de defesa e sítio

Freire Gomes, ex-Exército, afirmou que Bolsonaro apresentou, em reunião com comandantes, hipóteses de “utilização de institutos jurídicos”

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Isac Nóbrega/PR
Jair Bolsonaro e comandantes militares Freire Gomes -- Metrópoles
1 de 1 Jair Bolsonaro e comandantes militares Freire Gomes -- Metrópoles - Foto: Isac Nóbrega/PR

O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes disse à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, em reunião com comandantes das Forças Armadas, hipóteses de “utilização de institutos jurídicos”, como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio em relação ao resultado das eleições presidenciais de 2022, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Metrópoles teve acesso a trechos do depoimento do militar.

Ao ser questionado sobre as reuniões, Freire Gomes respondeu que se recorda de ter participado de reuniões no Palácio do Alvorada, após as eleições, em que Bolsonaro apresentou “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO, Estado de Defesa e de sítio em relação ao processo eleitoral”.

Segundo o ex-comandante, ele “sempre” teria deixado claro ao então presidente que o Exército não participaria da implementação desses mecanismos com o foco de reverter o processo eleitoral.

Freire Gomes fala de “minuta do golpe”

Em outra parte do depoimento à PF, que durou cerca de sete horas, Freire Gomes afirmou que esteve no Palácio do Alvorada, em 7 de dezembro de 2022, para participar de uma reunião com Bolsonaro. O militar disse que, a princípio, não sabia o tema da reunião, que ocorreu na biblioteca.

De acordo com ele, o assessor especial da Presidência Filipe Martins “leu os considerandos, que seriam os fundamentos jurídicos da minuta do golpe“. O ex-comandante do Exército acrescentou que: Bolsonaro informou que o documento estava em estudo e depois seria reportada a evolução das alterações aos comandantes.

Em outro encontro, do qual ele não se lembra a data, Freire Gomes disse que o ex-presidente havia apresentado uma versão do documento com a decretação do Estado de Defesa, bem como a criação de uma comissão de regularidade eleitoral para apurar a “conformidade e legalidade do processo eleitoral”.

Além de Freire Gomes, participaram dessa reunião: o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica; o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

O militar reforçou que ele e Baptista foram contrários de forma “contundente” ao conteúdo exposto. Por outro lado, ele se recorda de que o almirante Garnier teria se colocado à disposição de Bolsonaro.

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