Fraude em cartão de vacina: presos ficam em silêncio em depoimento à PF
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, silenciou à PF, assim como os outros cinco detidos na Operação Venire
atualizado
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A Polícia Federal prendeu seis pessoas por supostamente falsificar registros de vacina no sistema do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os detidos, está o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid.
Como revelou a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, o ex-ajudante de Bolsonaro ficou em silêncio quando questionado por policiais federais sobre o esquema. O mesmo foi feito pelos outros cinco suspeitos detidos: nenhum deles se manifestou nas oitivas à PF.
Os presos devem ser ouvidos novamente pela Polícia Federal, mas a data ainda não foi definida. Eles estão em prisão preventiva e, portanto, não têm data para serem postos em liberdade.
Assim como Mauro Cid, foram presos nessa quarta-feira (3/5) o sargento Luis Marcos dos Reis, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, o policial militar Max Guilherme Machado de Moura, o militar do Exército Sérgio Rocha Cordeiro e o secretario municipal de Duque de Caxias (RJ) João Carlos de Sousa Brecha.
Bolsonaro nega
O ex-presidente Jair Bolsonaro negou que tenha feito qualquer mudança no seu cartão de vacina.
“Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina. Li a bula e não tomei. Minha filha de 12 anos não tomou. A Michelle [Bolsonaro] tomou nos EUA”, disse em frente à casa onde mora, em Brasília, nessa quarta.
A residência de Bolsonaro passou por busca e apreensão no âmbito da Operação Venire. Segundo a Polícia Federal, uma associação criminosa é acusada de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid nos sistemas do Ministério da Saúde.
Após a busca, a PF intimou Bolsonaro a prestar depoimento na sede da corporação em Brasília. No entanto, o ex-presidente afirmou que não comparecerá. Como não existe mais a figura da condução coercitiva, Bolsonaro pode se recusar a prestar esclarecimentos. Nesse caso, a PF, se achar necessário, pode intimá-lo novamente.