França aposta em voto da periferia e abstenção na classe média para avançar
Candidato do PSB em São Paulo disputa vaga para o segundo turno de eleição com Guilherme Boulos (PSol) e Celso Russomanno (Republicanos)
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O candidato à Prefeitura de São Paulo Márcio França (PSB) tem reforçado que espera repetir o desempenho das eleições para o governo estadual em 2018 para chegar ao segundo turno. Nas contas do ex-governador entram os votos da periferia, que, segundo ele, não são captados pelas pesquisas, e a maior abstenção entre eleitores da classe média por conta pandemia.
Em 2018, França, que estava em terceiro lugar nas pesquisas, superou Paulo Skaf (MDB) e foi para o segundo turno para disputar a vaga com o hoje governador João Doria. Nas eleições municipais deste ano, segundo o Datafolha, o candidato do PSB tem 12% das intenções de votos, ficando numericamente atrás de Guilherme Boulos (PSol), com 16%, e Celso Russomanno (Republicanos), com 14%, na briga pela vaga para o segundo turno.
O atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), lidera com 32% na preferência do eleitor.
França afirmou nesta sexta-feira (13/11) não ter dúvidas de que os votos que vão garantir a sua passagem para o segundo virão das periferias “não alcançadas” pelas pesquisas. “Nas últimas pesquisas, quando eu fui candidato a governador, eu estava 16 pontos atrás do segundo colocado. Abriram as urnas e fiquei em segundo lugar. É que o pesquisador nem sempre frequenta as comunidades mais pobres, não vai entrar lá com iPad, as pessoas têm medo. Isso distorce o resultado, porque são pessoas que votam”, disse à imprensa.
O candidato também disse acreditar no crescimento da abstenção entre os eleitores da classe média devido à pandemia. “A classe média, como ela está com mais receio, deve ter mais abstenção do que teve nos últimos anos, em especial nas pessoas mais velhas. Então, se você projetar isso [além dos votos das periferia não computados nas pesquisas], vai ver que terá uma diferença importante no resultado final”, acrescentou.
Segundo França, nas comunidades, a sua disputa por votos é com o PT, do candidato Jilmar Tatto, que tem 4% das intenções votos. “Lá eu disputo as eleições com o PT. Já foi assim da outra vez. O Luiz Marinho [candidato petista ao governo do estado em 2018] cresceu 10 pontos no último dia, eu cresci 14 pontos no último dia. Não é normal, 14% mudaram de voto? Não é isso, é que eles não foram entrevistar nas comunidades. Eles pegam o estrato de muito universitário, daí o resultado distorcido”, analisou.
Curso técnico
O candidato visitou nesta sexta o Serviço Social da Indústria (Sesi) Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, onde propôs um convênio para que alunos do ensino médio da rede pública tenham acesso garantido concomitantemente a um curso técnico. “Se não quiser fazer o curso, o aluno aguardará para se formar no terceiro ano para fazer um tecnólogo ou uma faculdade em modelo EAD”, afirmou.
A iniciativa, segundo França, teria um custo de R$ 500 milhões e aproveitaria a infraestrutura do Sesi, sem a necessidade de construir prédios. “É um valor pequeno se você comparar com o ganho que isso vai dar. O rapaz chega ao ensino médio, a moça, desanimado porque acha que não vai passar no vestibular das universidades públicas e não tem dinheiro para uma particular. Aqui (Sesi) ele terá um padrão de excelência”, defendeu.