Fóssil de crocodilo com 85 milhões de anos é encontrado em SP
Animal era terrestre e considerado um predador do topo da cadeia alimentar, disputando espaço com dinossauros; fóssil está em estudo
atualizado
Compartilhar notícia
Pesquisadores encontraram o que pode ser uma espécie desconhecida de crocodilo que viveu há 85 milhões de anos na região de General Salgado, em São Paulo. A descoberta aconteceu por conta de um fóssil, localizado em um sítio palenteológico no início deste ano na cidade.
O crocodilo, pertencente à família dos baurusuquídeos, era terrestre e considerado um predador do topo da cadeia alimentar, disputando espaço com dinossauros. Sua cabeça foi localizada durante pesquisa chefiada por Fabiano Vidoi Iori, um dos paleontólogos mais experientes da região.
Ao portal Uol, Vidoi explicou que o trabalho ainda está “bem no comecinho”, e garantiu que ainda não há mais informações sobre a origem do fóssil.
“A preparação é a remoção total da rocha. Aí a gente faz a comparação osso a osso. Até agora eu consigo ver que ele é um baurusuquídeos, da família de crocodilos predadores. Especificar se é uma espécie inédita ainda está um pouco cedo. E esse trabalho leva [pelo menos um] ano”, diz.
O paleontólogo explica ainda as razões de o animal ser considerado um predador: “Thanos, que é um carnívoro da região, tinha 5,5 metros. E essa espécie tinha até 4 metros, não era tão pequeno. O tamanho deles dava essa vantagem para ser predador”.
Descoberta comum
Fabiano ainda lembrou que a descoberta é importante, mas relativamente comum na região. “General Salgado é conhecido mundialmente e, às vezes, a gente da região não tem essa noção. Já foram localizadas quatro espécies de crocodilos carnívoros e duas de crocodilos herbívoros”.
O fóssil foi levado ao Museu de Paleontologia Pedro Candolo, localizado no município de Uchoa, em São Paulo. O museu está fechado por conta da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, mas pesquisadores trabalham no local.
Segundo a direção do local, o trabalho deverá levar pelo menos um ano e, só a partir daí, a descoberta ficará disponível para visitação do público.