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Fortuna de mais rica do país equivale à metade mais pobre do Brasil

Vicky Safra, considerada a pessoa mais rica do Brasil, tem patrimônio semelhante à soma dos recursos de metade da parcela mais pobre do país

atualizado

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desigualdade social
1 de 1 desigualdade social - Foto: Agência estado

A pessoa mais rica do país tem uma fortuna equivalente à soma do patrimônio de metade da população mais pobre do Brasil, de acordo com dados compilados pela Oxfam. A informação confirmada ao Metrópoles integra os estudos para o relatório divulgado pela organização britânica esta semana, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Vicky Safra, viúva e herdeira de Joseph Safra, fundador do banco que leva o sobrenome da família, é considerada a pessoa mais rica do país, segundo a lista da Forbes. O patrimônio dela, que representa os filhos, atinge o marco de US$ 18,2 bilhões (o equivalente a R$ 89 bilhões).

O patrimônio da bilionária brasileira é semelhante à soma da riqueza de 50% da população mais pobre do território brasileiro, avaliada em US$ 21 bilhões (R$ 103 bilhões), segundo compilado pela organização.

O dado faz parte do relatório Desigualdade S.A, apresentado pela Oxfam durante o fórum econômico. O documento, que discute a desigualdade a nível global, aponta ainda que, se a tendência atual continuar, o mundo terá o primeiro trilionário em uma década. Enquanto a pobreza não será erradicada nos próximos 229 anos.

Recortes

As disparidades são mais acentuadas quando há recortes de gênero e raça. No Brasil, em média, o rendimento das pessoas brancas é mais de 70% superior à renda de pessoas negras. As mulheres recebem 22% a menos do que os homens e, no caso de mulheres negras, a diferença é de quase 50% em relação aos homens brancos.

“No Brasil, a desigualdade de renda e riqueza anda em paralelo com a desigualdade racial e de gênero — nossos super-ricos são quase todos homens e brancos”, frisa a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia.

“Os super-ricos concentram cada vez mais riqueza e poder. Isso agrava as desigualdades globais de maneira absurda”.

De acordo com ela, “as empresas estão canalizando a maior parte da riqueza gerada no mundo para uma ínfima parcela da população, que já é super-rica”.

“E também estão canalizando o poder, minando nossas democracias e nossos direitos. Nenhuma empresa ou indivíduo deveria ter tanto poder sobre nossas economias e nossas vidas. Ninguém deveria ter US$ 1 bilhão”, seguiu Katia.

A concentração de riquezas também tem teor geográfico. O texto da Oxfam frisa que, apesar de representarem apenas 21% da população global, os países mais ricos do Norte Global — como Estados Unidos, Canadá, Japão e nações da Europa — detêm 69% da riqueza global e 74% da riqueza dos bilionários do mundo.

O aumento acelerado da riqueza extrema dos últimos três anos solidificou-se, enquanto a pobreza global permanece em níveis pré-pandêmicos. Os bilionários estão US$ 3,3 trilhões mais ricos do que em 2020. Ou seja, a riqueza deles cresceu três vezes mais rápido do que a taxa de inflação no período.

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