“Fortes”, diz mãe de gêmeas siamesas após cirurgia de separação
Gêmeas Valentina e Heloá, de 3 anos, foram separadas na última quarta (11/1) em hospital de Goiânia. As duas estão internadas em UTI
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – As gêmeas siamesas Heloá e Valentina Prado, de 3 anos, recém-separadas após uma cirurgia que teve quase 20h de duração, seguem em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança (Hecad), na capital goiana. Conforme boletim médico desta sexta-feira (13/1), as irmãs estão em estado grave por causa da complexidade do caso. Elas fazem uso de medicação para sedação e alívio de dor e respiram por aparelhos.
As duas era unidas pelo tórax, abdômen e osso da bacia. Elas compartilhavam órgãos como intestino grosso e delgado, fígado e genitálias. Conforme o boletim, as meninas estão “em uso de medicamentos para manter a pressão arterial, já em diminuição das doses. Estão recebendo antibiótico, ainda em dieta zero, com programação de início de dieta via intravenosa”.
De acordo com a mãe da gêmeas, Valdirene Prado, as filhas estão superando as dificuldades. Ao portal G1, ela falou sobre a expectativa de recuperação das filhas. “Estou mais aliviada com o sucesso da cirurgia. Minhas filhas são e estão sendo fortes nessa fase de recuperação hospitalar. A minha expectativa é muito boa porque elas estão vencendo cada dificuldade”, ressaltou Valdirene Prado.
Valentina e Heloá são acompanhadas por médicos desde o primeiro ano de vida. Elas já passaram por outra cirurgia em março de 2022, quando foram colocados expansores de pele, para que fosse possível realizar a separação.
Apesar do quadro ser considerado grave, o médico responsável pela cirurgia, Dr. Zacharias Calil, afirma que a condição de saúde das gêmeas é natural. “Foi uma cirurgia de grande porte, envolvendo várias especialidades. Uma intervenção de tal monta se torna uma verdadeira catástrofe em todo o organismo delas”, disse o médico.
Procedimento complexo
Os procedimentos no centro cirúrgico para separar as gêmeas foram iniciados às 8h e a separação foi concluída às 19h38. Valentina foi para a UTI às 23h07 e Heloá, 00h12. Mesmo com a separação finalizada antes das 20h, o médico explicou que após esse horário iniciou um procedimento bastante demorado para o fechamento das enormes aberturas do abdômen das meninas. Ao todo, a cirurgia completa durou mais de 17 horas.
De acordo com Calil, foi necessário utilizar uma tela no abdômen das meninas, em razão das falta de pele para o fechamento. Em 2022, no procedimento cirúrgico para a expansão da pele, o fígado e o intestino foram divididos.
O médico explica ainda que o pós-operatório é tão importante quando a própria cirurgia e que as meninas serão acompanhadas de forma especializada na UTI. Após a liberação do período mais crítico, as meninas serão levadas para a enfermaria da unidade.