Fortalecido nas urnas, PSD ganha tração para reivindicar mais poder
Partido de Gilberto Kassab fez 878 prefeitos pelo país, tem um candidato à presidência da Câmara e deve intensificar articulação para 2026
atualizado
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Partido que mais elegeu prefeitos no primeiro turno das eleições municipais deste ano, o Partido Social Democrático (PSD) saiu das urnas fortalecido. A sigla liderada por Gilberto Kassab fez 878 prefeitos no país depois de 12 anos disputando as eleições brasileiras.
A legenda foi fundada em 2011 e esteve nas urnas pela primeira vez em 2012. Com capilaridade eleitoral, o partido deve agora ganhar tração para buscar ainda mais protagonismo na política nacional.
A tentativa de bolsonaristas como Nikolas Ferreira (PL-MG) de tentar frear o crescimento do partido não prosperou. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram colar à sigla a culpa do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não avançar.
Isso porque o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (MG), faz parte dos quadros do PSD. A ofensiva de vídeos gravados e posts em redes sociais contra a legenda não trouxe reflexos nas urnas.
Com planos ainda em aberto sobre 2026
Nas entrevistas que deu durante a semana, Kassab enfatizou que no plano nacional seu objetivo é atrair o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). No entanto, defendeu que Tarcísio tente a reeleição em 2026 e que se projete para o pleito presidencial de 2030.
O PSD está na base do governo Lula, tem três ministérios e, em suas declarações nos últimos dias, o presidente da sigla disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não pode ser subestimado”, pois é um nome forte para 2026.
Destacou também, ao longo da semana, que se o PSD tiver um candidato em 2026 será o governador do Paraná, Ratinho Júnior. Ele é bem avaliado no estado e já está no segundo mandato, ou seja: não poderá tentar se reeleger como chefe do Executivo estadual.
Próximo desafio: manter relevância na sucessão do Congresso
Para além das eleições nacionais daqui a dois anos, há uma importante disputa nos próximos meses: a troca de comando na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Atualmente, o PSD comanda o Congresso Nacional, sob a presidência de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas o parlamentar vai deixar o cargo em fevereiro de 2025, após dois mandatos.
Desde as eleições de 2022, Kassab trabalha a articulação política para que o PSD não perca uma posição de poder no Legislativo. Na Câmara, o partido tem Antonio Brito (PSD-BA), líder da bancada, como candidato à presidência da Casa.
Embora não seja um favorito para vencer, Brito não está descartado. Depois de fechar uma aliança com o líder do União Brasil na Casa, Elmar Nascimento (União-BA), os dois caminham juntos em campanha, e um deles vai renunciar para que o mais forte permaneça na disputa.
Com a aliança firmada na Câmara entre PSD e União Brasil, o plano de ambos os partidos é que o PSD possa ficar com a vice-presidência do Senado. Atualmente, o favorito na disputa é o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Há uma ala na sigla, no entanto, que defende que o partido tenha candidatura própria, o que é mais improvável, já que Pacheco já sinaliza seu apoio a Alcolumbre.
O presidente do Senado está em Roma cumprindo uma agenda internacional e levou Alcolumbre. Nessa quinta-feira (10/10), se reuniu com o presidente do Senado da Itália, Ignazio La Russa. Na foto que publicou do encontro nas redes sociais, o congressista do Amapá aparece ao seu lado.