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Fornecedor de droga da Família do Norte é ligado às Farc, diz MPF

A denúncia mostra como a proximidade entre os traficantes da facção com as Farc facilitou a entrada de drogas e armas na fronteira

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Em uma das denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal, no âmbito da Operação La Muralla, os investigadores detalham a relação da facção Família do Norte com fornecedores de drogas ligados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Para os procuradores federais, a proximidade entre os traficantes da FDN com a guerrilha facilitou o acesso da facção às drogas e armas oriundas da região de fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.

Na denúncia oferecida em fevereiro de 2016 contra três traficantes, o MPF expõe a relação de lideranças da FDN com Nelson Flores Collantes. Conhecido como Acuário, o peruano foi preso na primeira fase da La Muralla por meio de um acordo de cooperação internacional firmado com o Peru. Acuário é um conhecido empresário no Peru e, segundo a PF, é um dos maiores fornecedores de droga da região da tríplice fronteira.

Como prova da relação de Acuário com às Farc, o MPF incluiu na denúncia uma notícia, publicada em 2007, sobre investigação da polícia peruana que descobriu que o traficante comercializava cerca de 400Kg de cocaína por mês das Farc. Sobre a relação com a FDN, a denúncia aponta que no período entre 20 de maio de 2014 e 20 de novembro de 2015, Acuário e Bráulio Sachez, o Gitano, “mantendo estreita relação comercial com a Família do Norte, promoveram a remessa internacional para o território brasileiro de material entorpecente (cocaína e maconha).”

Os procuradores também imputam aos três denunciados o crime de tráfico internacional de armas. Como prova, citam conversas interceptadas em 16 de junho de 2015 quando Acuário e Geomilson Lira Arante, o cantor, uma das principais lideranças da FDN, comercializam armar de diferentes calibres como fuzis Ak-47 e Uzis.

FDN
A FDN é apontada pela Polícia Federal como a terceira maior facção do Brasil – atrás apenas do PCC e do CV. A organização criminosa surgiu em 2006 após a união de dois grandes traficantes amazonenses que cumpriam suas penas em presídios federais. Gelson Lima Carnaúba, o Mano G, e José Roberto Fernandes Barbosa, o Pertuba, saíram do sistema prisional federal com destino ao Amazonas “determinados ou orientados”, segundo a PF, a estruturarem uma facção criminosa nos moldes do PCC e CV.

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