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Forças federais chegam ao Ceará e começam a atuar neste sábado (5)

Até o início da tarde, 86 pessoas haviam sido presas por suspeita de envolvimento nos ataques em Fortaleza e em 13 cidades do Ceará

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KLEBER GONÇALVES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
FORÇA NACIONAL EM FORTALEZA.
1 de 1 FORÇA NACIONAL EM FORTALEZA. - Foto: KLEBER GONÇALVES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Forças federais de segurança começaram a se deslocar para o Ceará e devem iniciar a atuação neste sábado. Cerca de 70 integrantes da Força Nacional que estavam no Rio Grande do Norte e 30 em Sergipe já começaram a se dirigir para Fortaleza, informou na sexta-feira (4) o secretário nacional de Segurança Pública, Guilherme Teophilo. O emprego da Força Nacional foi autorizado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, por um período inicial de 30 dias.

“Às 15h, estamos deslocando mais 88 homens em um Hércules 630 da Força Aérea Brasileira e, durante a madrugada, um Boeing 767 vai levar o restante dos 300 homens que o governador do Ceará pediu. E mais 30 viaturas estão iniciando comboio para Fortaleza no dia de hoje. Acredito que em 48h elas estejam lá”, afirmou Teophilo.

O envio das forças foi autorizado por Sergio Moro após pedido do governador do estado, Camilo Santana. Foram designados agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e homens da Força Nacional e das Forças Armadas. As forças atuarão em parceria com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e as polícias locais. Segundo Guilherme Teophilo, o tempo de resposta foi de 24 horas, período necessário para o planejamento da ação e organização dos integrantes.

O secretário disse que equipes de inteligência têm acompanhado a situação do estado desde a morte de um líder criminoso, GG do Mangue, no ano passado. O estudo, acrescentou ele, indicou a necessidade do emprego dos 300 integrantes das forças, inclusive de militares.

Ataques
Desde quarta-feira (2), ataques vêm sendo registrados na região metropolitana de Fortaleza e no interior do estado. Segundo último balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, foram registrados incêndios, crimes e episódios de depredação de estruturas públicas em diversos bairros de Fortaleza. Também foram identificados ataques com veículos em três cidades da região metropolitana (Guaiuba, Pindoterama e Horizonte).

No interior, as forças de segurança estaduais foram informadas de crime contra estruturas públicas em nove cidades: Pacatuba, Acaraú, Aracoiaba, Jaguaruana, Morada Nova, Morrinhos, Massapê, Piquet Carneiro e Tianguá. Entre as ocorrências, foram registrados ataques contra agências bancárias, prédios públicos e veículos.

De acordo com o governo do estado, até o momento, 45 pessoas foram presas ou apreendidas por participação nos atos. Hoje, após reunião entre órgãos do Executivo e de outros poderes, como o Ministério Público estadual, a administração anunciou medidas de reação à ofensiva, como a nomeação de 220 agentes penitenciários e de 373 policiais do último concurso realizado.

Em entrevista à Agência Brasil, o defensor público Carlos Castelo Branco afirmou que as causas da ofensiva precisam ser apuradas, mas lembrou que os ataques começaram após o novo secretário estadual de administração penitenciária, Luís Mauro de Albuquerque, ter anunciado endurecimento contra presos e ter dito não reconhecer facções criminosas.

Na entrevista coletiva hoje, o secretário nacional de Segurança Pública não foi assertivo sobre as causas, mas apontou relação com a disputa entre grupos criminosos.

“Para quem trabalha com segurança pública, só tem mais violência ou aumento da taxa de homicídio onde tem uma disputa entre as facções no território. Como no estado do Ceará nós temos Comando Vermelho, PCC [Primeiro Comando da Capital], GDE [Guardiões do Estado], Família do Norte e tantas outras, há ainda uma disputa muito grande por territórios. E é isso o que eles fazem”, disse.

Bolsonaro
No Twitter, o presidente Bolsonaro comentou sobre a ida das forças federais para o Ceará. “Apesar do Governo do estado do Ceará ser do PT e realizar forte oposição a nós, jamais abandonaríamos o povo cearense neste momento de caos”, disse em post na rede social.

86 pessoas presas
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) esclareceu, neste sábado (5/1), que é falso o boato de toque de recolher que esta circulando nas redes sociais desde a madrugada. Até o início da tarde, 86 pessoas haviam sido presas por suspeita de envolvimento nos ataques em Fortaleza e em 13 cidades do Ceará, de acordo com a pasta.

A nota dizia que a população não deveria sair de suas residências, pois as Forças Armadas entrariam em confronto armado com as facções criminosas do Estado. A SSPDS reforçou no Twitter que a notícia é falsa e que informações oficiais apenas são divulgadas no siteda pasta e perfis oficiais das redes sociais.

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