Preso por 8/1 diz ao STF que recebeu “mata-leão” de policial
Moacir José dos Santos foi condenado a 17 anos de prisão e estava foragido na Argentina. Voltou para o Brasil e foi preso em Cascavel (PR)
atualizado
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A Polícia Federal prendeu Moacir José dos Santos, que estava foragido há mais de um ano, após ser condenado a 17 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023. Moacir acabou detido no sábado (9/11) em Cascavel, no Paraná.
A audiência de custódia foi realizada pelo juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, Rafael Henrique Janela Tamai Rocha. Ao ser questionado sobre como ocorreu a prisão, Moacir relatou que os policiais o enganaram quando bateram à sua porta e fingiram ser funcionários dos Correios.
No ato da detenção, ele denunciou ter sido machucado. “Segurou meu punho e me deu um mata-leão”, alegou Moacir em vídeo inserido no processo que tramita no Supremo.
O homem estava foragido desde abril de 2023. Nesta data, fugiu para a Argentina. Depois, voltou para o Brasil, onde foi encontrado pelas autoridades.
Condenações
Moacir José Santos, 52 anos, estava na lista dos três primeiros julgados no STF pelos atos de 8 de Janeiro, mas não chegou a ser chamado. Foi julgado posteriormente com outros cinco réus.
Ele é morador de Cascavel (PR) e acusado de depredação contra o Palácio do Planalto, onde salas e obras de arte foram destruídas. Ele também teve o material genético identificado, bem como gravou vídeos no interior dos prédios públicos e na Praça dos Três Poderes.
No julgamento, foi condenado a 17 anos de prisão, distribuídos da seguinte forma: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que tem pena de 5 anos e 6 meses de reclusão; golpe de Estado, com 6 anos e 6 meses de reclusão; dano qualificado, todos do Código Penal, à pena de 1 ano e 6 meses de detenção e 50 dias-multa, fixando cada dia multa em 1/3 do salário mínimo; deterioração do patrimônio tombado, com pena de 1 ano e 6 meses de reclusão e 50 dias-multa; e associação criminosa armada, com 2 anos de reclusão.
Durante o depoimento, Moacir alegou ser “vítima do Estado” e ter participado de uma “marcha pacífica” em busca de um “país melhor”.