Foragido no Brasil, Zé Trovão pede asilo político no México
Militante bolsonarista que promoveu bloqueios de caminhoneiros em 7 de setembro alegou ser vítima de “perseguição política” no Brasil
atualizado
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Liderança emergente da militância bolsonarista, Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, pediu asilo político no México, onde está escondido da Justiça brasileira e da Interpol.
Trovão é foragido da Justiça porque teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), sob a acusação de ter incitado ataques contra instituições democráticas no desenrolar dos atos bolsonaristas de 7 de setembro.
Ele se tornou a principal liderança de caminhoneiros que ocuparam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O movimento durou 4 dias, com bloqueios em rodovias de ao menos 15 estados no rastro dos atos de 7 de setembro. O objetivo era dar um ultimato ao Senado para que destituísse ministros do Supremo – como o próprio Alexandre de Moraes.
A informação de que Trovão pediu asilo à Comissão Mexicana de Ajuda a Refugiados foi confirmada ao Metrópoles pelo advogado do militante, Levi de Andrade.
O documento de protocolo do pedido registra que Trovão deixou o Brasil em 27 de agosto e chegou ao México 4 dias depois, em 31 de agosto. O pedido de asilo por perseguição política foi protocolado no dia 3 de setembro de 2021.
O paradeiro do militante só seria descoberto pelas autoridades brasileiras seis dias depois, em 9 de setembro, quando a Interpol foi acionada para procurar o foragido. Ele chegou a gravar vídeos dizendo que iria se entregar, mas acabou recuando e segue fugindo.
O México ainda não respondeu ao pedido.
Zé Trovão é ateu
O pedido de asilo de Zé Trovão traz uma informação curiosa para um membro da militância bolsonarista – em geral fortemente religiosa. O militante registrou no documento que não tem religião, é ateu.