“Foi uma cena de terror”, diz pai de menina esfaqueada em escola no RJ
Menina esfaqueada em colégio na Ilha do Governador, zona norte do Rio, levou quatro golpes e foi socorrida por amigo atingido nas costas
atualizado
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Rio de Janeiro – Foi por meio de uma ligação da filha que José Eduardo Pereira, de 31 anos, soube que a menina de 14 anos havia sido esfaqueada quatro vezes por um colega de turma. O crime aconteceu na última sexta-feira (6/5) e deixou três estudantes feridos na Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, Ilha do Governador, zona norte do Rio.
“Pai, um menino me esfaqueou, me furou. Vem para cá, estou cheia de sangue”, contou a menina. A estudante foi a segunda aluna atingida na classe do 8º ano. Ao Metrópoles, José contou que a garota se recupera em casa.
O operador de elevatórios, que trabalha de madrugada, tinha acabado de voltar do plantão e estava pronto para dormir quando recebeu o pedido de socorro e partiu direto para a escola.
“Cheguei e fiquei desesperado. Vi um monte de viaturas, ambulâncias, crianças correndo no meio da rua. Pensei: ‘Meu Deus, matou um monte de gente’. Quando vi minha filha, ela estava cheia de sangue, enfaixada e já tinha feito os primeiros socorros. Foi uma cena de terror aquilo. Nunca vou esquecer”, relatou José.
A adolescente acabou atingida por duas facadas nas costas, uma no rosto e uma na barriga. Segundo o relato da vítima ao pai, durante o ataque, a menina só conseguiu se livrar dos golpes com a ajuda de outro colega.
“Ela tomou duas facadas, caiu e, quando tentou se levantar, ficou presa entre as cadeiras. O menino subiu nela, deu uma facada no rosto e na barriga enquanto ela tentava se defender com chutes. Foi então que o terceiro aluno veio, empurrou o agressor e acabou tomando uma facada nas costas, perto do pulmão”, disse José.
O pai relatou que as agressões só foram interrompidas por completo quando um professor conseguiu imobilizar o agressor com uma cadeira.
A Secretaria Municipal de Educação disse à reportagem que o adolescente que agrediu os colegas segue em acompanhamento interno em uma unidade de atenção psicossocial infanto-juvenil (CAPSi), da Secretaria Municipal de Saúde, onde passou o fim de semana e até o momento não tem previsão de alta médica.
Preocupado com a filha, José disse que ela passa bem e pretende retornar o quanto antes para a sala de aula. “Minha filha está bem, é forte e disse que quer voltar a estudar lá, não quer sair da escola. Ficamos mais preocupados do que ela, até porque não sabemos como vai ficar a situação desse menino”, disse José.
Já o terceiro aluno esfaqueado voltou nesta segunda-feira (9/5) ao colégio: “Meu filho está bem, não quer comentar sobre o ocorrido, só quer esquecer tudo e voltar à vida normal”, relatou Andreia Rosa, 47, ao Metrópoles.
Aliviada, a mãe espera que as instituições tenham mais atenção com os alunos. “Ele é um menino de ouro, estou feliz que tenha dado tudo certo. Só peço agora as autoridades que deem mais atenção às escolas”, disse a mãe do terceiro estudante agredido.
O caso está sendo investigado pelo delegado Marcus Henrique Alves, titular da 37ª DP. Todas as vítimas já foram ouvidas e a arma do crime, uma faca de cozinha, foi recolhida para ser periciada. Até o momento, o agressor não prestou depoimento, devido à internação.