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Fogo no Pantanal: falta tripulação para atuar nos combates aéreos

Ministério do Meio Ambiente emitiu medidas provisórias para simplificar a mobilização de esforços para conter fogo recorde no bioma

atualizado

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Ministério do Meio Ambiente
Imagem colorida de avião combatendo queimada no Pantanal
1 de 1 Imagem colorida de avião combatendo queimada no Pantanal - Foto: Ministério do Meio Ambiente

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) emitiu uma Medida Provisória (MP) para tentar amenizar a falta de tripulação e aeronaves especializadas para o combate às queimadas no Pantanal.

O fogo queimou, só no primeiro semestre deste ano, 468.547 hectares, um aumento de 529% em relação à média desde 2019 no bioma, conforme estimativa do MapBiomas. Os focos de calor totalizaram 3.943, de primeiro de janeiro a segunda-feira (15/7), o que representa alta de 1.637% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A MP Nº 1.240 altera o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) para dispensar a obrigação da existência de um acordo bilateral na admissão de tripulantes estrangeiros em serviços aéreos no Brasil. A medida se aplica a empresas nacionais ou estrangeiras e deve ser colocada em prática em situações de emergência, estado de calamidade pública ou emergência ambiental.

No texto sumário executivo da MP 1.240, o governo afirma haver carência de tripulação e de aeronaves com características necessárias para as operações de combate ao fogo e a desastres naturais.

“Assim, (a MP) busca permitir a contratação e operação de aeronaves especializadas de maior porte, com maior capacidade de transporte de pessoal, carga e lançamento de água, tipicamente não disponíveis no mercado nacional”, diz trecho da MP.

No boletim do MMA de combate aos incêndios florestais, o ministério citou também a MP Nº 1.239, que visa a acelerar a contratação de brigadistas.

Conforme o governo federal, o Executivo empenhou 14 aeronaves, sendo elas: quatro aviões, dois helicópteros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), três aviões e cinco helicópteros das Forças Armadas.

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Equipe de voluntários trabalha na manutenção de pontes de madeira ao longo da rodovia Transpantaneira, em Poconé, MT, coração do Pantanal brasileiro
Pantanal em chamas: focos de incêndio no primeiro semestre batem recorde
Combate ao fogo no Pantanal exige de brigadistas resistência
Incêndios no Pantanal já batem recorde desde início da série histórica
Pantanal já tem milhares de focos de incêndio
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Pantanal

Bruno Rezende / governo do MS
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Equipe de voluntários trabalha na manutenção de pontes de madeira ao longo da rodovia Transpantaneira, em Poconé, MT, coração do Pantanal brasileiro

Gustavo Basso/NurPhoto via Getty Images
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Pantanal em chamas: focos de incêndio no primeiro semestre batem recorde

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Combate ao fogo no Pantanal exige de brigadistas resistência

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Incêndios no Pantanal já batem recorde desde início da série histórica

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Pantanal já tem milhares de focos de incêndio

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Combate ao fogo no Pantanal

Com o auxílio de aviões, brigadistas do combatem fogo em Corumbá
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Árvore sucumbiu ao fogo em área do Pantanal

Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
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Fogo consome bioma do Pantanal em MS

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Região registrou o maior número de focos de incêndio em 22 anos

Mayke Toscano/Secom-MT

 

O governo federal afirma estar envolvido em ações de combate a 55 queimadas até 14 de julho. Destes, 31 estão extintos e 24 ativos, mas 22 destes estão controlados. A delimitação significa que os focos foram cercados, mas que ainda pode haver chama em alguns pontos.

A ministra do MMA, Marina Silva, afirmou após uma visita técnica de comitiva de ministros no Pantanal que a união é importante para tratar das questões climáticas. Ela também celebrou o fato de haver 31 queimadas extintas, mas fez um alerta.

“Nós sabemos, a partir do final da semana, vai vir uma onda de calor, baixa de umidade e risco de novos incêndios. Portanto, Corpo de Bombeiros, Ibama, ICMBio, todos os parceiros, vamos nos manter mobilizados para salvar o Pantanal”, frisou Marina Silva.

O MMA afirma que em maio e junho todos os episódios de fogo em vegetação foram causados por ação humana. O período atual é de estiagem e não há ocorrência habitual de raios no Pantanal.

A estatística oficial aponta que 85% da área queimada ocorreu em propriedades privadas; 7,4% em terras indígenas; 6,2 em unidades de conservação; e 1,4% Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

Seca histórica

O fogo no Pantanal tem relação com a seca histórica. É a maior registrada em 2024 no período de 70 anos, conforme a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As precipitações ficaram reduzidas na região no último período chuvoso. O bioma, assim como o Brasil, sofreu com o El Niño, que influencia na redução de chuvas.

Pesquisadores também associam a crise do bioma às mudanças climáticas. Com menos chuva, a superfície de água recuou 61%, em 2023, na comparação com a média histórica, conforme a rede MapBiomas.

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