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Fogo em Borba Gato: para advogado, prisão de suspeitos foi “ditadura”

O entregador “antifascista” Paulo Lima, o Galo, e a esposa Géssica de Paula foram presos temporariamente nessa quarta-feira (28/7)

atualizado

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Estátua Borba Gato em chamas
1 de 1 Estátua Borba Gato em chamas - Foto: Reprodução/Twitter

São Paulo – O advogado Jacob Filho, que faz a defesa de Paulo Roberto da Silva Lima, o líder dos Entregadores Antifascistas, mais conhecido como Galo, acredita que a prisão do manifestante e de sua esposa, Géssica de Paula Silva Barbosa, trata-se de uma “manobra jurídica”.

A Justiça entendeu, nessa quarta-feira (28/7), que eles participaram do ato que incendiou a estátua do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. O casal se apresentou na quarta para prestar depoimento no 11º Distrito Policial (Santo Amaro).

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Paulo Galo e esposa foram presos temporariamente suspeitos de envolvimento com o incêndio
Estátua foi incendiada por manifestantes no dia 24/7
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Paulo Lima, o Galo, líder dos Entregadores Antifascistas

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Paulo Galo e esposa foram presos temporariamente suspeitos de envolvimento com o incêndio

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Estátua foi incendiada por manifestantes no dia 24/7

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“Ditadura togada”

Em entrevista ao Metrópoles, Jacob Filho critica a decisão da juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que determinou que o casal fosse preso temporariamente por formação de quadrilha. A defesa aponta que Géssica sequer foi ao ato no último sábado (24/7) e cuidava de um filho de 3 anos.

“Se olharmos o fundamento da autoridade policial, eles dizem que ela reposta vídeos das ações que o Galo faz em suas redes sociais. Isso é absurdo, é lamentável. É ditadura, isso é ditadura togada”, disse.

Segundo o advogado, Géssica foi presa porque o celular usado por Galo, em que constavam mensagens sobre a manifestação, organizada pelo grupo Revolução Periférica, estava no nome dela.

O mandado de prisão temporária contra um acusado só é permitido no caso de associação criminosa, aponta Jacob Filho. Ou seja, conforme o defensor, a Justiça avaliou que as pessoas que queimaram Borba Gato tinham algum tipo de vínculo. Mas ele discorda.

“Que associação criminosa é essa? Havia pessoas ali que ele sequer conhecia. A pessoa para se associar tem que ter no mínimo uma relação próxima. A Justiça claramente usou uma manobra jurídica para conseguir o seu intento: a prisão de Galo.”

Galo foi levado ao 2º DP (Bom Retiro), e Géssica está presa no 89º DP (Morumbi). A prisão temporária pode ser prorrogada por mais cinco dias, mas a defesa entrará com pedido de habeas corpus.

“Galo atingiu objetivo”, diz advogado

Em meio ao embate sobre homenagens a figuras controversas, Jacob diz que seu cliente conseguiu abrir um novo espaço para discussão. O bandeirante Borba Gato é conhecido por explorar territórios no país e dizimar populações indígenas, conforme ele.

“O Galo atingiu seu objetivo, que era fazer com que milhões de paulistanos que passam dentro de ônibus lotados todos dias naquela avenida a refletir sobre quem foi Borba Gato. Para mim, trouxe à tona para discussão pública. Como ele disse, agora é uma discussão democrática, porque antes foi imposta pelo estado de homenagear um torturador.”

Além do casal, Danilo Silva de Oliveira, o Biu, também se apresentou nessa quarta-feira. Ele assumiu sua participação no ato e foi liberado. De acordo com Jacob, mais pessoas se apresentarão voluntariamente à delegacia na semana que vem.

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