FMI fechará escritório no Brasil após críticas de Guedes
“Estamos dispensando a missão do FMI […] Dissemos para eles fazerem previsão em outro lugar”, disse o ministro
atualizado
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O escritório do Fundo Monetário Internacional (FMI) será fechado no Brasil, após acordo com o governo Bolsonaro. O fechamento da sede em Brasília foi confirmado pelo órgão em nota enviada em resposta a um pedido do jornal Estado de S.Paulo.
A decisão confirma a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo solicitou que o FMI encerrasse a sua missão no país. “Estamos dispensando a missão do FMI […] Dissemos para eles fazerem previsão em outro lugar”, afirmou o ministro durante encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
De acordo com o FMI, as atividades serão encerradas no dia 30 de junho do ano que vem, quando finaliza o prazo da atual representação definida em acordo prévio com o Brasil.
“Esperamos que a alta qualidade do envolvimento do corpo técnico do Fundo com as autoridades brasileiras continue, à medida que trabalhamos de perto para apoiar o Brasil no fortalecimento de sua política econômica e de suas configurações institucionais”, disse o orgão em nota.
Críticas de Guedes
Guedes fez críticas diretas ao ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, escolhido pelo FMI como diretor do Hemisfério Ocidental a partir do ano que vem, um dos cargos mais importantes do orgão. “Ele (Ilan) é um amigo, mas em época de política todo mundo critica, e o Ilan também tem o direito de criticar. Mas já que tem um brasileiro que critica o Brasil indo para o FMI, ele não precisa mais ficar aqui”, disse Guedes.
O ministro afirmou que o FMI já fez o que tinha que fazer no Brasil e que já poderia ter ido embora. Completou dizendo que “só não foi embora porque talvez gostem do futebol, da feijoada e de bom papo”.
O Fundo Monetário Internacional foi criado em 1945 depois de um acordo entre os países vencedores da Segunda Guerra e é o organismo financeiro mais importante do mundo, reunindo 190 países membros. Sua finalidade principal é manter a estabilidade financeira e evitar que crises econômicas tenham efeitos disseminados e duradouros na economia mundial.
O Brasil, um dos membros mais antigos, aderiu ao Fundo em 1946 e precisou pedir empréstimos do FMI em diversos momentos.