Flordelis reuniu 35 filhos em oração minutos antes de ser presa no RJ
Como foi a reunião em família conduzida por Flordelis, momentos antes da prisão, quando sua casa já estava cercada por policiais
atualizado
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Rio de Janeiro – Às 17h30 de sexta-feira (13/8), agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói cercaram a residência da ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, no bairro do Badu, Niterói, na região metropolitana.
Acusada pela morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, Flordelis já esperava pela ordem judicial, que veio 48 horas após a perda o mandato em votação na Câmara dos Deputados. Antes de se entregar, ela reuniu 35 filhos adotivos para uma oração e os orientou sobre como proceder em sua ausência.
“Havia umas 40 pessoas na residência. A polícia respeitou o momento e não entrou até porque o local estava cercado. Saímos com ela, que não foi algemada, para a delegacia”, contou a advogada Janira Rocha, que acompanhou Flordelis de perto.
Ao se entregar aos agentes, por volta das 18h40, Flordelis, de Bíblia em punho, disse em voz alta: “Fé em Deus”.
Os advogados já tinham alertado que, sem o mandato de deputada federal, cassado na quarta-feira (11/8) pela Câmara, seu destino estava traçado. De casa, foi levada à Delegacia de Homicídios de Niterói, onde apresentou documentos.
Seguiu para o Instituto Médico Legal (IML), no Centro, para realizar exames de praxe, a fim de dar entrada no sistema prisional. Flordelis relatou ter medo de ser hostilizada na cadeia, mas acabou recebendo conforto.
Dentro da cela
No presídio José Frederico Marques, em Benfica, autografou Bíblias de outras presas. Lá, realizou audiência de custódia no sábado (14/8), onde declarou renda mensal de 100 mil reais.
Após a Justiça confirmar a prisão em audiência de custódia, ela foi transferida para o Instituto Penal Santo Expedito no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. Passou a dividir cela com outras quatro internas e foi presenteada na chegada com biscoitos.
Com as presas, a maior tarefa de Flordelis é a pregação. Para dormir, recorre a calmantes prescritos por seu psiquiatra.
Na terça-feira, a juíza da 3ª Vara Criminal de Niterói, Nearis Arce, determinou a transferência da ex-parlamentar para o presídio Talavera Bruce, também no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste.
O processo
Flordelis e mais 10 acusados serão julgados pela morte do pastor Anderson do Carmo, em 2019, por júri popular. A ex-deputada nega o crime. “Vamos provar que ela é inocente”, afirmou Janira Rocha.
Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa.