Flordelis: júri vai definir sentença de 5 acusados por morte de pastor
Julgamento define nesta terça (12/4) a sentença de cinco dos acusados pela morte do pastor Anderson. Flordelis será julgada em 9 de maio
atualizado
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Rio de Janeiro – Sete jurados serão sorteados no 3º Tribunal do Júri de Niterói com a responsabilidade de dar o veredito sobre a participação de cinco acusados na morte do pastor Anderson do Carmo (executado a tiros em 2019) na sessão que começa às 9h, nesta terça-feira (11/4).
Dois filhos da deputada federal cassada Flordelis dos Santos de Souza, acusada de ser a mandante da morte do pastor com quem era casada há mais de 20 anos, já foram condenados pela Justiça.
Presa no presídio Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, Bangu, na zona oeste carioca, a pastora não vai estar presente.
Ela e outras três rés só serão julgadas em 9 de maio. Mas defesa e acusação apostam na estratégia de pontuar o protagonismo da pastora no crime que contou com a participação dos outros membros da família.
“Sem os atos dela, a autorização, a morte do pastor não teria acontecido. Então, é impossível ir a plenário e não falar de Flordelis”, defende o advogado Ângelo Máximo, assistente de acusação do Ministério Público. A defesa da ex-parlamentar vai acompanhar o júri de perto.
Para o advogado Rodrigo Faucz, defensor de Flordelis, o julgamento será um tira-teima do júri que condenou o filho biológico da ex-parlamentar Flávio dos Santos Rodrigues, apontado como autor dos disparos, a mais de 33 anos de prisão, e Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo, a nove anos de detenção pela compra da arma, em 2021.
“Já vimos esse filme. Vamos entrar com recurso da decisão que leva a Flordelis a júri porque não tivemos acesso a todas as provas para fazer um julgamento justo”, anuncia Faucz.
Na cadeia, a deputada cassada está tensa. “Ela está nervosa por ter preocupação com os filhos. Vai acompanhar tudo pelo rádio e TV”, informa a advogada Janira Rocha.
No banco dos réus
No banco do réus, André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filhos afetivos de Flordelis, acusados de terem participado de ao menos seis planos (frustrados) de envenenamento do pastor Anderson, segundo o Ministério Público, até o assassinato.
Procurada, a defesa de André não retornou e o Metrópoles não localizou os advogados de Carlos.
No processo, Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico da pastora, é apontado como o responsável por repassar a Flordelis uma carta fraudada na qual Lucas Cézar dos Santos assumiria que tinha atirado no pastor a mando de outro dois irmãos.
Carta elaborada
Adriano é acusado de ter buscado a correspondência com Andrea Santos Maia, esposa do ex-policial militar Marcos Siqueira, que estava preso com Lucas, no presídio Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó. No mesmo local, encontravam-se detidos Flávio dos Santo Rodrigues, já condenado, e o ex-PM Marcos Siqueira, que cumpre pena por uma chacina ocorrida em março de 2005, na Baixada Fluminense.
A confecção da carta, segundo a investigação, foi planejada por Flordelis que contou com a ajuda de Adriano, Andrea e Marcos. Eles não respondem pelo homicídio, mas por outros crimes como associação criminosa, uso de documento falso e falsidade ideológica.
O ex-PM Marcos cumpre pena pela chacina de 29 pessoas ocorrida em 2005, em Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense. Procurado, o advogado de Adriano, Evandil Correia informou que só vai se pronunciar após o julgamento. O Metrópoles não conseguiu localizar as defesas do ex-PM Marcos e de sua esposa Andrea.