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Flávio Dino defende acabar “efetivamente” com o orçamento secreto

Segundo Flávio Dino, do STF, há uma “controvérsia fática” no cumprimento da decisão do Supremo acerca do orçamento secreto

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Audiência de conciliação marcada pelo ministro Flávio Dino na ADPF 854, orçamento secreto, na Primeira Turma do STF – Metrópoles 7
1 de 1 Audiência de conciliação marcada pelo ministro Flávio Dino na ADPF 854, orçamento secreto, na Primeira Turma do STF – Metrópoles 7 - Foto: <p>Hugo Barreto/Metrópoles<br /> @hugobarretophoto</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p>

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, relator da ação que barrou o orçamento secreto no Congresso Nacional, participou de audiência de conciliação sobre o tema, nesta quinta-feira (1º/8). Em reunião marcada por ele, Dino afirmou que há uma “controvérsia fática” no cumprimento da decisão do STF acerca do assunto.

A controvérsia fática gira em torno da publicidade e da transparência da execução da RP9. Na ocasião, no acordão, foi fixado um prazo de 90 dias para que houvesse essa plena publicidade de tudo relacionado à classificação de RP9.

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Flávio Dino discute orçamento secreto
Ministro do STF, Flávio Dino suspendeu "emendas Pix"
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“Há uma controvérsia fática, no sentido de que não houve ainda pleno cumprimento dessa decisão. Em alguns casos, talvez, por indisponibilidade, inclusive, de dados, nas várias repartições que executam o orçamento da União”, apontou Dino.

O ministro ressaltou que é necessário acabar “efetivamente” com o orçamento secreto no Brasil.

“Pretendemos que haja deliberações concretas de procedimentos, prazos, medidas para que essa questão. Para que essa controvérsia seja elucidada e nós tenhamos efetivamente o fim do orçamento secreto do Brasil. Esse é o objetivo desta audiência”, disse na abertura do encontro.

Dino continuou com a afirmação de que a decisão do STF “se refere ao passado expressamente”, mas que também deve ter uma “dimensão prospectiva, uma vez que a RP9 continua sendo executada sob a forma de restos a pagar”.

Questões do passado e do futuro

O ministro lembrou de questões levantadas na discussão: o cumprimento da determinação do Pleno do STF sobre o orçamento secreto de 2020 e 2022 e o atendimento ao mesmo comando nos anos de 2023 e 2024.

Segundo Dino, houve a identificação nos autos de que uma parte ou todas as verbas antes classificadas como RP9 podem ter migrado para as emendas de comissão, para a RP8, no corrente exercício de 2024.

“A premissa que eu fixo aqui com as senhoras e os senhores é de que o Supremo não declarou inconstitucional somente a falta de transparência na RP9. A deliberação, a razão de decidir do Supremo, é que qualquer modalidade de orçamento secreto fique banida. E é o fenômeno acertado na jurisprudência do Supremo da chamada continuidade normativa”, disse.

Audiência convocada por Dino

A audiência foi realizada na Primeira Turma do STF, em Brasília. Participaram o procurador-Geral da República; o presidente do Tribunal de Contas da União; o ministro-chefe da Advocacia Geral da União; o chefe da advocacia do Senado Federal; o chefe da advocacia da Câmara dos Deputados; e o advogado do partido autor (PSol).

Integrou a mesa ainda representante do Núcleo de Solução Consensual de Conflitos (Nusol), do STF.

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Em abril deste ano, Dino pediu que os presidentes da República, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados se manifestassem acerca de suposto descumprimento da decisão da Corte, tomada na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, que declarou a inconstitucionalidade do chamado orçamento secreto.

A Associação Contas Abertas, a Transparência Brasil e a Transparência Internacional, admitidas como interessadas na ADPF 854, noticiaram ao STF elementos que, a seu ver, configuram o descumprimento da decisão.

Entre as ações apresentadas estão o uso indevido das emendas do relator-geral do Orçamento, identificadas como RP-9, para efeito de inclusão de novas despesas públicas ou programações no projeto de lei orçamentária anual da União, emendas individuais na modalidade transferência especial, chamadas de “emendas Pix”, e a ausência de publicação das informações relativas à autoria das emendas RP-9 e à sua aplicação.

O ministro Flávio Dino assumiu a relatoria da ação após ter sucedido na Corte da ministra Rosa Weber (aposentada), relatora original do processo.

Orçamento secreto

O orçamento secreto consiste no uso ampliado das emendas do relator-geral do orçamento para efeito de inclusão de novas despesas públicas ou programações no projeto de lei orçamentária anual da União.

Em dezembro de 2022, o Tribunal declarou a inconstitucionalidade dessa prática por violar os princípios constitucionais da transparência, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade por serem anônimas, sem identificação do proponente e clareza sobre o destinatário.

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