Flávio Bolsonaro cita boné de Lula com sigla CPX: “Sinais não são bons”
Fala de Flavio Bolsonaro foi feita durante discurso de apoio a Sergio Moro, alvo de plano de sequestro e execução por membros do PCC
atualizado
Compartilhar notícia
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugeriu, nesta quarta-feira (22/3), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha relação com o crime organizado por usar, em outubro de 2022, um boné com as iniciais “CPX” durante visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
A declaração foi feita durante discurso de solidariedade a Sergio Moro (União-PR), alvo de um plano de sequestro e execução por membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Em operação deflagrada nesta quarta, a Polícia Federal prendeu nove pessoas investigadas por participação no crime.
Durante discurso feito no plenário do Senado Federal, Flávio Bolsonaro criticou o combate ao crime organizado na gestão de Lula. Ao citar o uso do boné CPX por Lula, o senador afirmou que o governo não apresenta “bons sinais” nas ações contra o crime.
“Meu pai quase morreu com facada proferida por um ex-integrante do PSol. O senhor recebendo ameaças de uma organização criminosa vinculada ao PCC. Os sinais que vêm do atual governo não são bons, desde a campanha eleitoral. Sou do Rio de Janeiro, posso falar com propriedade. Quando um candidato veste um boné com as siglas CPX, as mesmas letras encontradas em fuzis apreendidos do Comando Vermelho no Complexo do Alemão, qual mensagem passa para o povo?”, disse.
Flávio Bolsonaro também criticou uma visita realizada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
“Quando a gente vê o ministro da Justiça entrar com dois carros apenas na Nova Holanda, no Complexo da Maré, um lugar onde já morreram vários policiais militares, qual mensagem que passa para a população sobre a forma que o governo vai combater o crime organizado?”, afirmou.
CPX
O boné usado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante visita comunidades do Rio de Janeiro, em outubro de 2022, gerou uma onda de fake news nas redes sociais. O acessório tem as iniciais “CPX”, uma abreviação para “complexo de favelas”, e foi um presente de Camila Moradia, líder do movimento por Moradia do Complexo do Alemão, e de outras lideranças da comunidade.
Após a circulação de fotos do candidato com o boné, no entanto, grupos bolsonaristas passaram a associar as letras ao tráfico de drogas.
Operação Sequaz
O objetivo da operação deflagrada pela PF é desarticular o plano feito pelo PCC para sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).
Os mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos em cinco unidades da Federação: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
De acordo com as diligências da PF, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados estão nos estados de São Paulo e Paraná.