Fisiculturista: mulher tinha lesão na face similar à batida de carro
Crânio tinha traumas nas partes esquerda, direita e na base. Testemunhas relataram que Igor Porto Galvão tinha perfil agressivo
atualizado
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O laudo da Polícia Técnico-Científica sobre a morte de Marcela Luise de Sousa Ferreira, de 31 anos, aponta que ela teve, entre outras lesões, trauma na região do nariz. O documento afirma que a maioria destas ocorrências é provocada por acidentes automobilísticos. A mulher morreu, e o esposo dela, Igor Porto Galvão, está preso preventivamente desde o último dia 17.
Marcela Luise foi vítima de várias lesões pelo corpo. Relatório médico da unidade de saúde onde ela foi hospitalizada, em Aparecida de Goiânia (GO), aponta que ela teve várias lesões pelo corpo. Ela teve oito costelas quebradas e lesões nas partes esquerda, direita e na base do crânio.
Igor foi quem levou Marcela para o hospital em Aparecida de Goiânia no último dia 10. Aos atendentes da unidade de saúde, ele afirmou que as lesões seriam porque ela teria caído. No entanto, dado o grande número de ferimentos e a gravidade deles, os profissionais acionaram a polícia.
Durante as investigações, a delegada da Polícia Civil, Bruna Coelho, ouviu familiares, amigos da vítima, vizinhos do casal e até prestadores de serviço. Todos eles descreveram Igor como uma pessoa agressiva. Ele foi indiciado por feminicídio.
Uma vizinha do casal afirmou que em um episódio, em 2022, Igor a xingou por diversos nomes. O caso registrado na polícia descreve que o filho da mulher, de 16 anos, havia saído para passear com o cão da família. O animal teria sido agredido pelo cachorro de Igor.
Durante a confusão, o adolescente também ficou ferido. No desenrolar da história, a vizinha diz ter sido chamada, entre outros nomes, de “vadia”. A história foi confirmada por outra pessoa do condomínio aos investigadores.
Violência
Uma tia de Marcela contou à polícia que, em 2022, viu a vítima com o olho roxo. Outra parente de Marcela narrou que o fato teria sido desencadeado após uma criança mexer na caixa de remédios dele.
Depois de agredida, conforme consta no inquérito policial, Marcela tentou pedir socorro à mãe, momento em que o agressor tomou o celular da mulher e quebrou o aparelho.
Em 2020, após uma agressão, Marcela pediu uma medida protetiva contra Igor e ambos se separaram. No entanto, eles acabaram reatando aproximadamente uma semana depois. Na época, ela disse ter recebido enforcamento, tapa, soco e chute do então companheiro. Os dois tinham uma união estável de nove anos.
Testemunhas afirmaram à polícia que Igor não fazia questão de se aproximar da família de Marcela. Elas também contaram que ele, inclusive, a tratava com rispidez na frente de visitas.
Ex-namoradas de Igor também foram ouvidas. Elas relataram ao menos episódios de violência verbal. Uma delas disse que “ele não batia bem da cabeça”.
Crimes
Durante o depoimento à delegada, Igor não respondeu a nenhuma pergunta sobre as agressões à Marcela. Questionado sobre outras prisões, ele contou ter sido detido por crime contra a saúde pública e violência doméstica. Em 2015, houve uma agressão a uma ex-namorada.
No inquérito consta que ele foi detido por tráfico de drogas. A apuração localizou o registro da época em que policiais identificaram vários frascos e comprimidos de substâncias proibidas, muitas delas identificadas como anabolizantes.
A Polícia Civil foi até a casa do casal após a denúncia. Na oportunidade, conforme o inquérito, Igor teria tentado impedir a investigação. Em nota, a defesa do homem diz que ele teria permitido a ação, mesmo sem mandato.
Em outra oportunidade, os policiais voltaram à residência para uma perícia e a busca e apreensão do celular de Igor. O aparelho não foi localizado e o local havia sido lavado. Vizinhos narraram que parentes do homem teriam retirado objetos da moradia antes que eles chegassem.
Os advogados de Igor divulgaram uma nota na qual discordam da prisão preventiva. “No ponto de vista da defesa, não estão presentes os requisitos da prisão preventiva”, afirmaram em nota divulgada à imprensa na terça-feira (21/5). Eles chegaram a pedir o relaxamento da prisão, mas isto foi negado.